Mercado de carbono europeu mira dois cenários pós-Brexit
(Bloomberg) -- Os mercados de carbono se preparam para dois cenários diferentes que podem se desenrolar quando o Reino Unido deixar a União Europeia. Uma saída sem acordo pode gerar distúrbios nas redes de energia do continente.
O Reino Unido foi um dos membros fundadores do mercado europeu de limite e comércio de gases causadores do efeito estufa, conhecido como Sistema de Comércio de Emissões (ETS, na sigla em inglês). Segundo o plano de Brexit fechado entre o governo da primeira-ministra Theresa May e a Comissão Europeia, o Reino Unido provavelmente abandonaria o programa após 2020, assunto que ainda será objeto de negociação.
Se o acordo não for aprovado pelo Parlamento em Londres, o Reino Unido pode acabar se retirando do bloco sem acordo. Neste caso, o Reino Unido sairia do ETS imediatamente e fábricas, usinas de energia e empresas aéreas que compõem o sistema provavelmente venderiam as licenças que detêm, avaliadas em cerca de 2 bilhões de libras (US$ 2,3 bilhões), segundo uma estimativa do grupo de pesquisa Energy Aspects. Se a libra cair devido à instabilidade política, os preços do gás natural e da energia poderão subir.
A seguir estão os dois resultados prováveis para o mercado de carbono:
Transição suave em Brexit com acordo
O Reino Unido permanecerá no mercado de carbono da União Europeia pelo menos até o fim de 2020 se o acordo fechado em 25 de novembro for aprovado pelo Parlamento britânico. Há uma votação programada para 11 de dezembro. O Reino Unido usaria o período de transição para determinar sua alternativa de longo prazo para a precificação do carbono.
O governo de May tem afirmado que uma das opções prevê um mercado de carbono englobando o Reino Unido com algum tipo de conexão com o ETS, arranjo que pode imitar o sistema atual e permitir a negociação de licenças entre o Reino Unido e o restante da Europa. Outra opção é um imposto sobre emissões no Reino Unido para substituir o ETS existente.
Saída da UE sem acordo
O governo britânico pretende impor um imposto de 16 libras por tonelada para as emissões se não houver acordo para o Brexit e o Reino Unido for excluído do ETS. O imposto entraria em vigor em 1º de abril e englobaria todos os poluidores estacionários cobertos pelo sistema da UE.
As geradoras de energia continuariam pagando 18 libras por tonelada para as emissões de CO2, segundo a política de piso de carbono do Reino Unido, que seria somada ao imposto que substituiria o ETS. Juntos, os dois impostos custariam às distribuidoras de energia cerca de 34 libras por tonelada emitida.
Apesar de os dois encargos somados representarem o mesmo que os poluidores britânicos pagariam com base no sistema atual, o imposto fixo impediria que pagassem um montante maior se os preços disparassem no mercado de emissões da UE. Alguns analistas preveem preços mais altos nos próximos anos. Os preços do carbono da UE provavelmente subirão cerca de 50 por cento a partir de 2020, para mais de 30 euros (US$ 34) a tonelada, segundo a Bloomberg NEF.
--Com a colaboração de Marine Strauss.
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