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Hong Kong diz não a nanoapartamentos quando preços caem

Shawna Kwan

11/12/2018 15h19

(Bloomberg) -- Será que os nanoapartamentos -- anunciados como solução para a escassez crônica de moradias em Hong Kong -- sairão de cena na mesma velocidade com que chamaram a atenção da população?

Há dois anos, quando a incorporadora de um projeto residencial na região dos Novos Territórios anunciou unidades menores que uma vaga de estacionamento, um executivo teria dito: "Até mesmo o imperador, que morava em um lugar grande como a Cidade Proibida, dormia em uma cama."

Seja como for, aparentemente os cidadãos comuns estão tendo dúvidas em relação a esses apartamentos superminúsculos. A venda realizada no fim de semana no projeto, no qual algumas moradias têm apenas 12 metros quadrados, não atraiu muito interesse e apenas duas das 73 unidades foram vendidas.

"O crescimento e a popularidade dos nanoapartamentos se centram em sua relativa acessibilidade para compradores com orçamentos limitados", disse Denis Ma, chefe de pesquisa da Jones Lang LaSalle. "Quando os preços dos imóveis começam a cair, a demanda por esse tipo de propriedade geralmente despenca porque os compradores voltam suas atenções para unidades maiores na mesma faixa de preço."

Os preços das residências já estão em queda em Hong Kong. Os preços dos imóveis caíram 6,3 por cento em relação ao pico de agosto, segundo dados da Centaline, e a Midland Realty informou no mês passado que as vendas de novas residências em novembro caminhavam para o menor volume desde o começo de 2016.

Os registros sugerem que os apartamentos pequenos tendem a sofrer mais ajustes de preço: o custo das unidades de menos de 40 metros quadrados caiu 12 por cento durante a correção de preços de 2015 e 2016, contra uma queda de 9 por cento dos apartamentos de 70 a 100 metros quadrados, segundo dados do governo.

A notícia é ruim para as construtoras que esperavam lucrar com essa mania fugaz, quando apartamentos do tamanho de um Tesla Model X eram vendidos no ano passado por cerca de US$ 500.000.

A Jones Lang LaSalle prevê que 3.300 novos nanoapartamentos de 19 metros quadrados ou menos serão concluídos de 2018 a 2020, 35 por cento mais do que no triênio anterior.