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Problemas da Huawei são oportunidade para Samsung antes do 5G

Sam Kim

12/12/2018 14h51

(Bloomberg) -- As crescentes preocupações de segurança em torno da Huawei Technologies podem ajudar a Samsung Electronics a desafiar o colosso chinês no mercado da comunicação sem fio de quinta geração, disse um executivo da gigante sul-coreana.

A Samsung continua sendo a maior fabricante de smartphones e semicondutores do mundo, mas a Huawei domina o setor de redes por grande margem. A posição da empresa chinesa no mercado, contudo, está ameaçada porque os países estão bloqueando, um após o outro, o uso de seus produtos 5G por temor de que sejam usados para espionagem para o governo chinês. A Huawei nega qualquer participação em atividades de espionagem.

"Estrategicamente, essas preocupações nos ajudam a conquistar mais participação de mercado", disse S. Abraham Kim, vice-presidente da divisão de celulares da Samsung, em conferência, na quarta-feira, em Seul. "A Huawei domina o mercado de redes desde a era da quarta geração LTE, mas nós estamos à frente em termos de aplicação da tecnologia 5G em smartphones."

A Samsung planeja lançar um aparelho compatível com 5G juntamente com um telefone com tela flexível no ano que vem e vê esses aparelhos como a melhor chance de reanimar as vendas, que perderam força porque os consumidores estão demorando mais para trocar seus smartphones.

Mas os desafios técnicos continuam, disse Kim. O sinal 5G pode ser obstruído dependendo da forma de segurar o telefone, o que pode exigir a instalação de mais módulos de antena no espaço já limitado do telefone, além de uma bateria maior. A Samsung estuda agora como as partes internas do aparelho poderiam ser divididas em duas camadas e ainda assim minimizar a espessura geral, disse Kim.

O calor é outro desafio porque o 5G transmite muito mais dados e consome mais energia, o que pode deixar o telefone quente demais para segurar na mão. A Samsung trabalha para limitar a temperatura em pouco mais de 40 graus Celsius, disse Kim.

A Huawei ultrapassou recentemente a Apple, tornando-se a segunda maior fabricante de smartphones do mundo, e está diminuindo a diferença em relação à Samsung. Mas o nervosismo em relação aos negócios internacionais da empresa chinesa aumentou desde que a diretora financeira da companhia, Meng Wanzhou, foi presa sob a acusação de ter conspirado para defraudar bancos e violar as sanções dos EUA ao Irã. Meng foi libertada sob fiança na terça-feira, mas pode ser extraditada para os EUA.