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GE solicita confidencialidade a IPO de unidade de saúde: Fontes

Kiel Porter, Nabila Ahmed e Richard Clough

19/12/2018 16h12

(Bloomberg) -- A General Electric solicitou confidencialidade para abertura de capital de sua unidade de saúde, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. Assim, a companhia leva adiante os planos de desmembrar sua segunda linha de negócios mais lucrativa.

O conglomerado industrial está trabalhando com o Goldman Sachs Group, o Bank of America, o Citigroup, o JPMorgan Chase e o Morgan Stanley na listagem planejada, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque os detalhes não foram divulgados publicamente. Um pedido público provavelmente será realizado no segundo trimestre do próximo ano, disseram.

Um representante da GE preferiu não comentar os planos para a unidade de saúde. As ações subiram 2,9 por cento nas negociações prévias à abertura do mercado nos EUA nesta quarta-feira.

"Conforme anunciamos em junho, como uma empresa de saúde global e independente teremos maior flexibilidade para buscar futuras oportunidades de crescimento, reagir rapidamente a mudanças no setor e investir em inovação", afirmou a GE em comunicado enviado por e-mail.

Goldman Sachs, Bank of America, Citigroup, Morgan Stanley e JPMorgan preferiram não comentar.

Uma oferta pública da unidade de saúde da GE sucederia uma medida similar da alemã Siemens, que vendeu ações de sua unidade Healthineers em março. As ações subiram 32 por cento desde a abertura de capital, e a Siemens Healthineers passou a estar avaliada em cerca de 37 bilhões de euros (US$ 42 bilhões).

A unidade da GE se tornaria uma das maiores empresas de saúde de capital aberto do mundo, informou Karen Ubelhart, analista da Bloomberg Intelligence, em junho. Com base na avaliação de empresas afins, a nova entidade poderia ter um valor empresarial, que inclui dívida, de US$ 65 bilhões a US$ 70 bilhões, disse Ubelhart.

Com um desmembramento, a GE se retirará de um de seus maiores e mais rentáveis mercados. A GE Healthcare, que faturou US$ 3,5 bilhões no ano passado com vendas de US$ 19 bilhões, é especialista em equipamentos como scanners de ressonância magnética e máquinas de diagnóstico móveis. A empresa também possui uma divisão de ciências da vida em rápido crescimento, responsável por cerca de um quarto das vendas da GE Healthcare.

Motores e turbinas

Ainda assim, a unidade de saúde entrou na mira de alguns investidores da GE, que argumentam que ela não se encaixa bem no principal negócio da GE, a fabricação de equipamentos industriais, como motores a jato e turbinas a gás. O ex-CEO Jeffrey Immelt, em particular, foi criticado pela cara aquisição da empresa médica britânica Amersham em 2004.

A GE está se afastando do mercado em um momento em que a empresa tenta estreitar seu foco, aumentar o caixa e deter uma das quedas mais acentuadas em seus 126 anos de história. Em abril, a companhia decidiu vender três unidades de informação de saúde por US$ 1,05 bilhão. É possível que a GE também busque alternativas à abertura de capital de sua unidade de saúde.

O esforço de separação acelerou em junho, quando o então CEO, John Flannery, divulgou um plano para vender 20 por cento da GE Healthcare e desmembrar o restante para os acionistas. Depois que ele foi expulso em outubro, em meio a problemas crescentes na divisão de energia, o sucessor Larry Culp foi além ao dizer que poderia vender uma porção ainda maior como parte da iniciativa.

Repórteres da matéria original: Kiel Porter em N York, kporter17@bloomberg.net;Nabila Ahmed em N York, nahmed54@bloomberg.net;Richard Clough em N York, rclough9@bloomberg.net