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China pede que estatais evitem viagens a EUA e aliados: Fontes

Bloomberg News

15/01/2019 12h01

(Bloomberg) -- A China pediu a algumas empresas estatais que evitem viagens de negócios para os EUA e seus aliados e que adotem precauções extras para proteger seus dispositivos se precisarem viajar, segundo pessoas a par do pedido.

Nas últimas semanas, a Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais da China -- um órgão regulador que supervisiona cerca de 100 empresas estatais -- solicitou a algumas empresas que utilizem apenas laptops seguros, fornecidos pela empresa e voltados ao uso no exterior se tiverem que viajar, disseram as pessoas. Elas disseram que o alerta foi estendido aos demais países do pacto de compartilhamento de informações de inteligência Five Eyes: Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

O pedido também dizia que os funcionários deveriam permitir que a empresa verificasse quais arquivos transportavam na viagem e que eles fossem armazenados apenas em unidades flash USB seguras, disseram separadamente duas pessoas com conhecimento do alerta, acrescentando que a comissão não especificou por quanto tempo as regras de viagem serão aplicadas. A comissão não respondeu a um pedido de comentário enviado por fax.

Os executivos chineses e americanos estão mais cautelosos ao viajar após a prisão, em dezembro, da executiva da Huawei Technologies Meng Wanzhou, no Canadá, a pedido dos EUA, e a subsequente detenção de dois cidadãos canadenses na China. Os EUA também intensificaram os esforços para capturar e processar executivos de empresas chinesas que o país acusa de roubar tecnologia, o que resultou em várias ações judiciais.

Em janeiro, a estatal Fujian Jinhua Integrated Circuit e sua parceira United Microelectronics, com sede em Taiwan, foram as primeiras empresas indiciadas por meio da nova iniciativa do Departamento de Justiça dos EUA. As empresas se declararam inocentes. A China negou diversas acusações de roubo de segredos comerciais.

Meng foi acusada de conspirar para defraudar bancos em relação a transações que violavam as sanções dos EUA contra o Irã, uma alegação levantada em um momento em que o governo Trump tenta impedir que as empresas de telecomunicações chinesas dominem as redes sem fio 5G. Ela negou qualquer irregularidade.

As tensões entre Pequim e Ottawa também aumentaram depois que um tribunal chinês sentenciou um canadense à morte por tráfico de drogas após novo julgamento de um dia. A decisão levou o Canadá a atualizar sua política de conselhos para viagens para a China, instando seus cidadãos a "exercer um alto grau de cautela na China devido ao risco de aplicação arbitrária das leis locais".

"Desde que os estrangeiros, incluindo os canadenses, respeitem a lei, sua liberdade e segurança estão garantidas", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, a jornalistas, em entrevista coletiva, nesta terça-feira, em resposta à questão dos conselhos para viagens. "É o Canadá, não a China, que está detendo arbitrariamente cidadãos estrangeiros sob o disfarce da lei."

--Com a colaboração de Haze Fan e April Ma.

To contact Bloomberg News staff for this story: Steven Yang em Beijing, kyang74@bloomberg.net;Sarah Chen em Beijing, schen514@bloomberg.net;Dong Lyu em Pequim, dlyu3@bloomberg.net