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Desaceleração da China abala startup mais valiosa do mundo

Lulu Yilun Chen e Selina Wang

16/01/2019 13h06

(Bloomberg) -- A ByteDance, a startup mais valiosa do mundo, mal atingiu sua meta de receita para 2018 por causa de uma desaceleração mais acentuada do que a projetada no crescimento da publicidade chinesa, disseram pessoas a par do assunto.

A empresa informou que os investidores devem esperar uma receita entre 50 bilhões de yuans (US$ 7,4 bilhões) e 55 bilhões de yuans durante sua mais recente captação de recursos, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque o assunto é confidencial. A companhia atingiu o patamar mais baixo da meta -- a primeira vez em anos em que não superou sua projeção --, porque adiou a monetização de novos recursos e porque a desaceleração da economia chinesa reduziu os gastos com anúncios, disseram as pessoas.

A ByteDance, de seis anos, garantiu uma avaliação de US$ 75 bilhões na arrecadação de fundos mais recente, superando a Uber Technologies no ranking global, depois de conquistar o apoio de SoftBank Group, KKR & Co. e General Atlantic. A gigante das redes sociais está alimentando diversos aplicativos, como o serviço de agregação de notícias Toutiao e a plataforma de vídeos curtos Tik Tok, ajudando-os a criar uma experiência na internet que é uma mistura entre Google News e Facebook.

A ByteDance preferiu não fazer comentários sobre sua receita em uma declaração enviada por e-mail.

Fundada por Zhang Yiming, de 35 anos, a companhia começou como produtora de aplicativos para compartilhar piadas antes de criar seu emblemático serviço Toutiao, que significa "manchetes". Em seguida, passou anos construindo sua base de usuários e aprimorando seus sistemas de recomendação.

Desde então, a empresa se transformou em um império multifacetado que abrange a Tik Tok - conhecida localmente como Douyin - e outras plataformas para todos os tipos de conteúdo, do humor às fofocas de celebridades. Tik Tok e Douyin tinham no total 500 milhões de usuários até julho.

Mas a ByteDance não está imune à desaceleração da segunda maior economia do mundo, já que a maior parte de sua receita é gerada com anúncios. Por sua forte dependência da publicidade, a empresa enfrenta a mesma questão que atormentou o Facebook no início de sua vida, se conseguirá gerar lucros regularmente.

A companhia, no entanto, está esbanjando em marketing para construir sua marca, ostentando seu nome nos metrôs do Japão e em um arranha-céu em Dubai. Em novembro, a empresa buscou um empréstimo sindicalizado com uma base de US$ 500 milhões e uma opção que permite aumentar o valor para até US$ 1 bilhão a fim de financiar a expansão, disseram pessoas a par do assunto na época.

--Com a colaboração de David Ramli.

Repórteres da matéria original: Lulu Yilun Chen em Hong Kong, ychen447@bloomberg.net;Selina Wang em Nova York, swang533@bloomberg.net