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Franceses querem saber onde Estado gasta dinheiro de impostos

Gregory Viscusi e William Horobin

17/01/2019 14h51

(Bloomberg) -- O que o Estado francês já fez pelos franceses?

O presidente Emmanuel Macron está tentando responder a essa pergunta em sua última tentativa de aplacar os protestos dos Coletes Amarelos. Como parte de um debate público que começou nesta semana, seu governo está publicando panfletos elaborados para fornecer informações aos manifestantes que pediram impostos mais baixos e menos gastos com funcionários públicos que, na opinião deles, são mimados. A mensagem é simples: a França pode ser a economia desenvolvida mais tributada, mas também tem o nível mais alto de gastos públicos, e a maior parte deles vai para a seguridade social e as famílias de baixa renda.

No folheto, o governo procura desmascarar a ideia de que os funcionários públicos estão sugando a receita fiscal para viver no luxo. Apenas um de cada 1.000 euros (US$ 1.140) que o Estado francês gasta vai para a Assembleia Nacional, o Senado e os ministérios. Isso se compara com 268 euros para as pensões e 191 euros para a saúde.

Graças aos altos gastos, os mais pobres da França estão em melhor situação, afirma o governo. A redistribuição das receitas fiscais aumenta a renda média dos 20 por cento mais pobres, de 560 euros por mês para 960 euros.

A campanha informativa faz parte de um debate nacional que Macron anunciou no final de novembro para tentar aplacar o movimento dos Coletes Amarelos. No entanto, os manifestantes continuam se reunindo nos finais de semana e, embora o número deles tenha diminuído, o mesmo não aconteceu com o nível de violência.

O panfleto termina com uma lista de onze perguntas que questionam os participantes no debate sobre como eles mudariam as coisas e onde os impostos e gastos deveriam ser cortados. A segunda pergunta talvez seja a mais difícil: o que deve ser feito para tornar os impostos mais justos e eficientes?

Repórteres da matéria original: Gregory Viscusi em Paris, gviscusi@bloomberg.net;William Horobin em Paris, whorobin@bloomberg.net