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Compra da casa própria está menos acessível nos EUA, diz análise

Noah Buhayar e Sydney Maki

29/01/2019 11h30

(Bloomberg) -- Neste momento em que os EUA lidam com uma crise de acesso a moradias, uma nova análise da Zillow mostra que 38 por cento dos compradores de residências ganharam mais de US$ 100.000 em 2017.

Isso representa um aumento de 8 pontos percentuais em relação a 2012 e reflete o fato de que os preços das casas subiram muito mais rapidamente do que os salários, tornando as compras acessíveis apenas para quem está no topo da faixa de renda. O número aumentou rapidamente em alguns lugares previsíveis, como Seattle, que registrou uma das elevações mais rápidas do preço de residências no país, concluiu a Zillow. Mas a tendência também é acentuada em lugares como San Antonio e Minneapolis, que tiveram aumentos duas vezes mais rápidos do que o ritmo nacional.

Tudo isso é uma má notícia para o abismo crescente entre ricos e pobres nos EUA, uma vez que as famílias muitas vezes constroem riqueza por meio de suas residências, escreveu Aaron Terrazas, economista sênior da Zillow, em comunicado que acompanha os resultados. Entre 2012 e 2017, a parcela de compradores de casas que ganhava US$ 50.000 a US$ 100.000 permaneceu constante. Aqueles que ganham US$ 50.000 ou menos caíram 8 pontos percentuais, concluiu a Zillow.

"Se a compra da casa própria passar a ser cada vez mais domínio exclusivo dos mais ricos da sociedade, a desigualdade de riqueza poderá acelerar nos próximos anos", escreveu Terrazas.

Repórteres da matéria original: Noah Buhayar em Seattle, nbuhayar@bloomberg.net;Sydney Maki em N York, smaki8@bloomberg.net