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Soja perde e milho ganha com campos encharcados na Argentina

Jonathan Gilbert

29/01/2019 14h46

(Bloomberg) -- As chuvas torrenciais na Argentina podem não ser uma notícia tão ruim para os cultivos. Apesar de os traders projetarem uma colheita de soja menor devido à inundação dos campos, a umidade está beneficiando os sedentos milharais do terceiro maior produtor do mundo.

O milho, que absorve mais água do que a soja, é plantado em duas etapas na Argentina, conhecidas como safras "precoce" e "tardia". O milho precoce, que é plantado em agosto e responde por 55 por cento da semeadura total, vem prosperando em solos úmidos após chuvas constantes.

"A safra de milho precoce está tendo uma temporada espetacular", disse Esteban Copati, analista-chefe de estimativas da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, por telefone. Copati destacou que 1,5 milhão de hectares de fazendas da província de Córdoba, o equivalente a um quarto da área cultivada em todo o país, "estão indo muito bem".

De forma geral, 60 por cento do milho está em bom ou excelente estado e apenas 4 por cento é considerado ruim ou muito ruim, segundo dados da bolsa. No caso da soja, a proporção de plantas categorizadas em estado ruim ou muito ruim foi de 11 por cento.

Apesar de ter reduzido sua estimativa de área plantada para a soja devido à chuva incessante, até o momento a bolsa manteve sua projeção de 5,8 milhões de hectares para o milho. Este seria um recorde. Adicionando à mistura os rendimentos elevados de mais da metade das plantas, a Argentina pode estar diante de uma safra abundante.

O plantio do milho tardio foi atrasado devido a chuvas mais intensas no mês passado, o que pode limitar o crescimento. Mas ainda é cedo para dizer -- e os grãos da colheita precoce podem compensar qualquer prejuízo, disse Copati.