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Limpeza de detrito espacial por China pode ser disfarce, diz EUA

Tony Capaccio

12/02/2019 12h11

(Bloomberg) -- A China está desenvolvendo capacidades espaciais sofisticadas como "inspeção e reparo de satélites" e limpeza de detritos -- e "pelo menos algumas delas também podem funcionar" como armas contra satélites dos EUA, segundo a Agência de Inteligência de Defesa dos EUA.

O aumento daquilo que é essencialmente lixo em órbita que pode danificar ou destruir um satélite "tem implicações para autoridades de todo o mundo e está incentivando o desenvolvimento de tecnologias de remoção de detritos espaciais", informou a agência, na segunda-feira, em publicação não confidencial sobre ameaças aos satélites dos EUA.

Mas "essa tecnologia tem função dupla, porque pode ser usada para danificar outro satélite", afirmou.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou nesta terça-feira que as acusações dos EUA são "infundadas".

"Nos últimos tempos, os EUA definiram que o espaço é um campo de batalha e anunciaram o estabelecimento de uma força no espaço exterior", disse a porta-voz Hua Chunying em um informe, em Pequim. "Isso pode levar à realidade do emprego de armas e da ameaça ao espaço."

Dos cerca de 21.000 objetos no espaço com pelo menos 10 centímetros que são monitorados e catalogados na órbita da Terra, apenas em torno de 1.800 são satélites ativos, segundo a agência de defesa. O resto são detritos, incluindo partes de veículos espaciais.

Mais de um terço de todos os detritos registrados foi gerado por dois eventos: o uso de um míssil pela China, em 2007, para destruir um satélite desativado, e a colisão acidental entre um satélite de comunicações dos EUA e um russo desativado, em 2009.

De 1998 a 2017, a Estação Espacial Internacional, que está atualmente na órbita baixa da Terra, manobrou pelo menos 25 vezes para evitar possíveis colisões orbitais, informou a agência de inteligência.

--Com a colaboração de David Ramli.