Situação de montadoras piora com queda de vendas na China
(Bloomberg) -- As vendas de carros na China continuaram a cair em janeiro depois de terem registrado a primeira queda anual em mais de duas décadas, aumentando a pressão sobre as montadoras que apostaram alto nesse mercado em meio à desaceleração da demanda por carros dos EUA à Europa.
As vendas no atacado de veículos de passeio caíram 17,7 por cento em relação ao ano anterior, a maior queda desde que o mercado começou a se contrair, em meados do ano passado, e as vendas no varejo registraram o oitavo declínio mensal consecutivo, informaram grupos do setor nesta segunda-feira.
"A pressão baixista continua", disse Gu Yatao, analista de automóveis da Roland Berger em Pequim, antes da divulgação dos números. "O governo não está adotando políticas de estímulo para dar uma injeção de ânimo no mercado."
A queda persistente deixa as montadoras com poucas opções sobre onde buscar um crescimento das vendas. Os mercados da Europa e da América do Norte estão encolhendo porque a crescente disponibilidade de serviços de compartilhamento de carros e de caronas diminui a necessidade de comprar um automóvel. O Japão também está vacilante e os volumes em outros mercados menores não são suficientes para compensar as quedas nas maiores regiões de vendas.
As vendas na China continuam diminuindo em um momento em que a segunda maior economia do mundo desacelera e as negociações com os EUA para uma trégua na guerra comercial se arrastam. Os consumidores ficaram longe dos showrooms, apesar dos descontos oferecidos pelas concessionárias antes do feriado do Ano-Novo Chinês.
Queda histórica
O declínio das vendas no atacado registrado em janeiro, para 2,02 milhões de unidades, acelerou após uma queda de 15,8 por cento em dezembro, afirmou a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM, na sigla em inglês). No ano passado como um todo, a queda foi de 4,1 por cento, o primeiro declínio desde o início dos anos 1990.
As vendas no varejo caíram 4 por cento, para 2,18 milhões de unidades, afirmou a Associação de Carros de Passeio da China.
A pressão negativa continuará no primeiro semestre de 2019, já que desconto em impostos de compra em 2016 e 2017 levou muitos consumidores a adquirir veículos antes do planejado e agora eles não precisam comprar, disse John Zeng, diretor administrativo da LMC Automotive Shanghai.
As montadoras que gastaram bilhões de dólares em novas fábricas e linhas de produção na China nas últimas décadas agora não sabem se o crescimento voltará e quando. Os obstáculos econômicos e geopolíticos estão levando as empresas a serem mais cautelosas com suas metas anuais de vendas.
O que está acontecendo na China é um reflexo da situação mundial, com a alta dos preços, as reviravoltas políticas, a antipatia pelo diesel e os novos serviços, como Uber e Lyft, reduzindo a demanda por automóveis em mercados como o Reino Unido e os EUA.
(Atualizações com dados de varejo iniciando no segundo parágrafo.)
To contact Bloomberg News staff for this story: Yan Zhang em Pequim, yzhang1044@bloomberg.net
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