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Ansiedade com aposentadoria é fenômeno global, segundo pesquisa

Ben Steverman

20/02/2019 15h46

(Bloomberg) -- Se você está preocupado em economizar o suficiente para se aposentar, você tem companhia no mundo inteiro.

Uma nova pesquisa mostra que até mesmo os trabalhadores de países com fortes redes de seguridade social se preocupam com seus futuros financeiros. O ING consultou quase 15.000 pessoas na Europa, nos EUA e na Austrália, e descobriu que a maioria se preocupa se terá dinheiro suficiente na aposentadoria.

Os trabalhadores com as perspectivas mais sombrias estão na Espanha e na França, onde mais de duas em cada três pessoas disseram estar preocupadas. Os mais otimistas com suas perspectivas de aposentadoria são os holandeses. Nos EUA, 62 por cento dos entrevistados disseram que estavam preocupados sobre se teriam o suficiente para se aposentar.

Embora os holandeses tenham a perspectiva mais positiva em relação à aposentadoria, eles também planejam adiar por mais tempo o momento de se aposentar. O entrevistado médio na Holanda espera se aposentar com cerca de 67 anos de idade.

Como os especialistas em aposentadoria apontaram, trabalhar por mais tempo torna mais fácil pagar a aposentadoria. Isso vale tanto para os indivíduos que planejam o próprio futuro quanto para os governos que lutam para cobrir os custos dos benefícios para a velhice. Contudo, existem problemas práticos: reduzir as pensões para os idosos pode ser perigoso para os políticos que tentarem fazê-lo. E, para os trabalhadores que querem adiar a aposentadoria, é difícil saber se a saúde deles vai aguentar e se os empregadores vão querer contratá-los.

A atitude dos trabalhadores em relação à aposentadoria não reflete necessariamente a realidade financeira que eles vivem. Na França, os atuais aposentados estão se saindo relativamente bem, segundo a pesquisa do ING. Eles têm a maior probabilidade de dizer que "gozam do mesmo padrão de vida que tinham quando trabalhavam", com 69 por cento. Apenas 30 por cento dos americanos dizem o mesmo.

É perfeitamente possível que uma combinação entre cortes no orçamento do governo, baixas taxas de poupança e retornos fracos do mercado possa tornar a situação dos futuros aposentados pior do que a dos idosos de hoje. Neste caso, um medo saudável do futuro seria justificado nos trabalhadores de ambos os lados do Atlântico.