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Juul prevê receita maior mesmo com proibição nos EUA: Fonte

Olivia Zaleski e Ellen Huet

22/02/2019 12h58

(Bloomberg) -- A proibição de venda da maioria dos cigarros eletrônicos aromatizados nos EUA afetou os resultados financeiros da Juul Labs no último trimestre, mas a empresa responsável pelo cigarro eletrônico mais popular do país vê a questão como um pequeno revés. A Juul prevê uma receita de US$ 3,4 bilhões em 2019, quase o triplo do total gerado no ano passado, segundo uma pessoa a par dos números.

A projeção financeira indica que a empresa tem grandes expectativas de vender no exterior uma quantidade maior de seus finos aparelhos de vaping Juul e das cápsulas de nicotina que o acompanham. Sugere também a confiança de que outros governos não seguirão o exemplo dos EUA de reprimir os produtos, medida estimulada pelo uso generalizado entre os adolescentes em todo o país.

A Juul registrou uma receita de US$ 424 milhões no quarto trimestre, queda de 2,5 por cento em relação ao trimestre anterior, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada porque a informação é privada. Nos mesmos períodos, o prejuízo ajustado da Juul foi de US$ 70,4 milhões, contra um lucro de US$ 17 milhões no trimestre anterior.

Segundo a pessoa, a Juul informou aos investidores que os números do último trimestre teriam sido menores sem os ganhos no exterior. A receita internacional ajudou a compensar os déficits nos EUA depois que a empresa parou de vender alguns produtos de nicotina em novembro, em antecipação às restrições da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) aos cigarros eletrônicos com sabor a frutas e doces. O aumento do escrutínio da FDA teve como objetivo restringir a adoção de cigarros eletrônicos por menores de idade.

A Juul afirmou que promove produtos principalmente para fumantes que querem parar de fumar e que o uso por adolescentes nunca foi sua intenção. A empresa tomou medidas no ano passado para reduzir a adoção dos produtos por jovens, incluindo a remoção de contas da Juul nas redes sociais. A empresa preferiu não fazer comentários sobre as informações fornecidas aos investidores.

Os resultados financeiros, que ainda não haviam sido revelados, ajudam a explicar por que a gigante americana do tabaco Altria Group comprou ações da Juul em dezembro com grande ágio. A Altria, que vende os cigarros Marlboro nos EUA, adquiriu uma participação de 35 por cento na Juul e avaliou o negócio de vaping em US$ 38 bilhões. O negócio transformou a empresa com sede em São Francisco em uma das startups mais valiosas do mundo e transformou seus dois fundadores em bilionários.

Em uma teleconferência no mês passado para discutir o balanço trimestral da Altria, quatro quintos das perguntas dos analistas concentraram-se no investimento na Juul. Howard Willard, CEO da Altria, disse que provavelmente analisaria o desempenho financeiro da empresa privada mais de perto neste ano se o acordo fosse aprovado pelos órgãos reguladores. "Estamos entusiasmados com o crescimento doméstico e com as perspectivas internacionais da Juul", disse Willard. "O crescimento da Juul em 2018 foi notável."