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Espanha supera Itália e se torna país mais saudável do mundo

Lee Miller e Wei Lu

25/02/2019 13h15

(Bloomberg) -- Talvez haja algo no gazpacho ou na paella, já que a Espanha superou a Itália e se tornou o país mais saudável do mundo.

É o que aponta a edição 2019 do Bloomberg Healthiest Country Index, que classifica 169 economias segundo fatores que contribuem para a saúde geral. A Espanha estava em sexto lugar na medição anterior, publicada em 2017.

Outros quatro países europeus ficaram entre os 10 melhores em 2019: Islândia (terceiro lugar), Suíça (quinto), Suécia (sexto) e Noruega (nono). O Japão foi o país asiático mais saudável, subindo três posições em relação à pesquisa de 2017, para o quarto lugar, antes ocupado por Cingapura, que caiu para a oitava posição. Austrália e Israel, no sétimo e no décimo lugares, fecharam o top 10.

O índice classifica os países com base em variáveis como expectativa de vida e impõe penalidades a riscos como uso de tabaco e obesidade. Leva em consideração também fatores ambientais como o acesso a água potável e ao saneamento.

A Espanha tem a mais alta expectativa de vida no nascimento entre os países da União Europeia e fica atrás apenas do Japão e da Suíça globalmente, segundo dados da Organização das Nações Unidas. A previsão é que em 2040 a Espanha terá a maior expectativa de vida, de quase 86 anos, seguida de Japão, Cingapura e Suíça, segundo o Instituto de Avaliação e Métricas de Saúde da Universidade de Washington.

"A atenção primária é essencialmente fornecida por prestadores de serviços públicos, médicos de família especializados e pessoal de enfermagem, que prestam serviços preventivos a crianças, mulheres e pacientes idosos, assim como cuidados de curta e longa duração", segundo a publicação do Observatório Europeu de Sistemas e Políticas de Saúde 2018 sobre a Espanha, observando um declínio na última década em doenças cardiovasculares e mortes por câncer.

Hábitos alimentares

Pesquisadores afirmam que os hábitos alimentares podem oferecer pistas sobre os níveis de saúde da Espanha e da Itália porque uma "dieta mediterrânea, complementada com azeite de oliva extravirgem ou nozes, gera uma taxa menor de grandes eventos cardiovasculares do que aqueles atribuídos a uma dieta com redução de gordura", segundo um estudo liderado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Navarra.

Enquanto isso, na América do Norte, o 16º lugar do Canadá no ranking superou de longe os EUA e o México, que caíram levemente para 35º e 53º. A expectativa de vida nos EUA vem diminuindo devido a mortes por overdose de drogas e suicídios.

Cuba ficou cinco lugares acima dos EUA, tornando-se o único país não classificado como de "alta renda" pelo Banco Mundial a figurar tão alto. Um dos motivos para o sucesso do país insular pode ser sua ênfase no cuidado preventivo, contrastando com o foco americano no diagnóstico e no tratamento de doenças, informou a Seção de Direito da Saúde da American Bar Association em relatório, no ano passado, após visitar Cuba.

A Coreia do Sul melhorou sete posições e ficou em 17º lugar. A China, com 1,4 bilhão de habitantes, subiu três posições e ficou em 52o lugar. A expectativa de vida na China deverá superar a dos EUA em 2040, segundo o Instituto de Avaliação e Métricas de Saúde.

--Com a colaboração de Dave Merrill.

Repórteres da matéria original: Lee Miller em Bangcoc, lmiller@bloomberg.net;Wei Lu em Nova York, wlu30@bloomberg.net