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Yelp abocanha mercado de reservas em restaurantes nos EUA

Colin Bertram

26/02/2019 13h29

(Bloomberg) -- A Yelp está evoluindo nos EUA. De plataforma de avaliações por usuários, a empresa agora atende quem planeja ir a um restaurante com antecedência, quem chega sem reserva e quem simplesmente quer entrega de comida em casa.

A companhia de avaliações e listagem de empreendimentos processou reservas de 22 milhões de pessoas diretamente no aplicativo em dezembro, o triplo de um ano antes, de acordo com dados internos divulgados nesta terça-feira. Durante a semana do Dia dos Namorados nos EUA (Dia de São Valentim, comemorado em 14 de fevereiro), o software de reservas e lista de espera da Yelp ajudou 5,6 milhões de usuários.

"A aquisição e a integração de tecnologias avançadas para restaurantes também beneficiaram os restaurantes parceiros da Yelp, graças a novos oferecimentos, como Yelp Waitlist e Yelp Kiosk", explica Devon Wright, gerente-geral da Yelp Restaurant Marketplaces e cofundador da Turnstyle Analytics, empresa de marketing por Wi-Fi que a Yelp comprou em 2017.

O quiosque, por exemplo, permite que as pessoas usem um iPad no local para colocar seus nomes diretamente na lista de espera, dispensando desta função o funcionário que recebe quem chega ao restaurante. Os usuários também podem verificar a lista de espera em tempo real no aplicativo e programar seu horário de chegada. Essas funcionalidades foram viabilizadas pela NoWait, outra empresa comprada em 2017.

Segundo Wright, a aliança com o serviço de entrega de comida Grubhub é uma "parceria bem pensada" para a companhia acelerar a introdução de novos recursos, em vez de montar sistemas internamente ou fazer mais aquisições.

Stephen Loffredo, sócio da Seasoned Hospitality Strategy and Management, vê grande vantagem na plataforma completa da Yelp: os clientes não precisam sair dela para interagir com os restaurantes e os restaurantes podem interagir diretamente com os clientes.

A concorrente OpenTable processa reservas online de 27 milhões de pessoas por mês em mais de 48.000 restaurantes espalhados pelo mundo, segundo estatísticas internas.

A OpenTable e outra rival, a Resy, estão lançando ferramentas de busca de restaurantes. Mas em um setor famoso pelas margens ínfimas, o preço continua sendo o principal atrativo.

A OpenTable é a opção mais cara, cobrando uma mensalidade de US$ 249 do restaurante mais uma taxa que varia de 25 centavos a US$ 1 por reserva efetivada. Antes a companhia cobrava US$ 1.295 para instalar equipamentos, mas eliminou esse custo. Na Yelp, a mensalidade também é US$ 249, mas não há cobrança adicional por equipamentos, instalação inicial, acesso à internet ou mesa solicitada. Na Resy, a mensalidade varia de US$ 189 a US$ 899, dependendo dos recursos utilizados.

Em 2010, Yelp e OpenTable se uniram para permitir reservas nas duas plataformas. A empreitada terminou em 2015, após a Yelp adquirir a SeatMe, dona do software que hoje viabiliza o serviço Yelp Reservations. A OpenTable foi comprada pela Booking Holdings (antiga Priceline Group) por US$ 2,6 bilhões em 2014. As duas se enfrentam em um mercado cada vez mais concorrido de reservas online, que inclui Resy, I Know the Chef, Spotluck e Allset ? a maioria com recursos bastante parecidos.

No quarto trimestre de 2018, o lucro por ação da Yelp encolheu para 37 centavos, vindo de US$ 1,58 um ano antes, embora a receita líquida tenha aumentado 11 por cento no período para US$ 243,7 milhões. A receita com anúncious subiu 12 por cento para US$ 235 milhões.A companhia recentemente enfrentou críticas de estabelecimentos sobre recomendações que desaparecem da plataforma.