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Santander amplia time de ações e banco de investimento no Brasil

Cristiane Lucchesi e Felipe Marques

27/02/2019 07h00

(Bloomberg) -- A unidade brasileira do Banco Santander contratou Camila Stolf, ex-Bank of America, para chefiar a área de vendas de ações à medida que o banco se prepara para um aumento esperado nos negócios.

"O governo está tentando vender ativos e propondo uma política mais liberal e uma economia orientada para o mercado no Brasil, o que certamente irá desbloquear negócios de emissão de ações e de M&A", disse em entrevista Jean Pierre Dupui, vice-presidente executivo responsável pela área de banco corporativo global.

Camila, ex-executiva sênior de vendas de ações a clientes institucionais do BofA, juntou-se ao Santander em novembro e está "contratando, reforçando sua equipe", disse Dupui. O banco também está planejando "trazer mais alguns executivos" para a área de banco de investimento no Brasil após a contratação de dois analistas para a área de pesquisa, de acordo com Dupui, responsável por cerca de 700 funcionários.

As emissões de ações de empresas brasileiras totalizaram R$ 36,8 bilhões no ano passado, 31% menos que em 2017, segundo dados compilados pela Bloomberg. Dupui disse que mais de US$ 30 bilhões poderiam vir a mercado se a reforma da Previdência for aprovada pelo governo. Mas negócios podem acontecer mesmo da votação, disse ele.

Ofertas antecipadas

A Caixa Econômica Federal iniciou a agenda de privatização do país, vendendo uma participação no IRB Brasil. A transação vai levantar cerca de R$ 2,54 bilhões, com base no preço de fechamento da ação antes do seu anúncio.

Juros na mínima histórica estão levando investidores pessoa física a entrar em investimentos mais arriscados, como ações, e o Santander está percebendo mais volume de negociação em sua corretora de varejo, disse Dupui.

O volume médio diário de negociação de ações no mercado secundário no Brasil aumentou 40% em relação ao ano passado, para R$ 17,3 bilhões até 22 de fevereiro, segundo dados da B3.

"A maior parte do aumento que temos visto na negociação de ações vem de investidores locais, enquanto os estrangeiros parecem estar esperando por medidas concretas, como a aprovação da reforma da Previdência ", disse Paulo Mendes, responsável pelo banco de investimento no Santander.

Desde que Mendes se juntou ao Santander em março passado, "nós temos uma equipe 50 por cento nova ", com 32 pessoas e crescendo, disse ele.

Mendes, que disse que fusões e aquisições "estão sendo feitas mais rapidamente" do que no ano passado, vê "muita munição nas mãos de empresas de private equity para comprar participações de empresas." Ele espera as que "transações do governo representem uma grande parte do fluxo geral de negócios."