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Airbus considera fabricar seu mais novo avião na China, dizem fontes

Divulgação Airbus
Imagem: Divulgação Airbus

Bloomberg News

28/02/2019 17h31

(Bloomberg) -- A Airbus pretende montar seu mais novo avião de fuselagem larga A330neo na China porque a companhia está tentando obter encomendas da aeronave em um dos mercados de aviação que mais cresce no mundo, de acordo com pessoas a par do assunto.

A Airbus poderia expandir sua fábrica existente em Tianjin para acomodar o modelo, mas nenhuma decisão foi tomada e o caso de negócios ainda vai ser estabelecido, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as discussões são privadas. O plano talvez não seja levado adiante, alertaram. Um porta-voz da Airbus preferiu não comentar.

A Airbus anteriormente se ofereceu para fabricar seu superjumbo A380 na China em troca de encomendas das companhias aéreas do país, mas esse argumento foi rejeitado em meio a preocupações relativas à adequação do avião de dois andares para o mercado local, segundo duas das pessoas.

O A330neo, que é menor e mais eficiente em termos de combustível, poderia ser mais adequado, e mais de 200 unidades do modelo da geração original já foram vendidas no país asiático.

A decisão de ampliar a fábrica de Tianjin --que atualmente monta o cavalo de batalha da Airbus, o A320 de corredor único-- coincide com a oferta da Rolls-Royce Holdings de estabelecer uma fábrica na China a fim de fechar um acordo de motores para o avião de fuselagem larga que está sendo desenvolvido pela Commercial Aircraft Corporation of China (Comac).

A empresa do Reino Unido está oferecendo um derivado da turbina Trent 7000 para essa aeronave, que também é a única opção no A330neo.

Maior mercado

A China precisará de quase 8.000 aeronaves no valor de US$ 1,2 trilhão em 20 anos, de acordo com estimativas da Boeing. O presidente Xi Jinping também destacou o setor aeroespacial como uma indústria prioritária, incentivando produtores ocidentais a se estabelecerem no país.

A unidade de montagem do A330neo --sem uma nova opção de motor-- somar-se-ia a um centro de entrega e conclusão existente para o A330 original da Airbus, onde os aviões recebem os toques finais antes de serem enviados aos clientes.

A aeronave atualizada entrou em serviço no ano passado, mas vem disputando encomendas com o 787 Dreamliner, avião mais avançado da Boeing. A Airbus fechou a venda de 230 aeronaves A330-900s, mas apenas de oito aviões menores A330-800s, perdendo contratos da Hawaiian Airlines e da American Airlines Group ao longo do caminho, quando essas companhias optaram pela aeronave da Boeing.

A empresa com sede em Toulouse, na França, já fechou um acordo por 40 jatos com a Emirates, mas somente depois de a companhia aérea de Dubai ter cancelado a maior parte dos pedidos do A380, que será descontinuado, conforme anunciou a Airbus no início deste mês. A empresa também tem como objetivo um contrato subsequente para 44 aviões com a AirAsia, da Malásia, que foi anunciado, mas nunca assinado.