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Sanções dos EUA à Venezuela ajudam petróleo colombiano

Lucia Kassai e Ezra Fieser

28/02/2019 17h40

(Bloomberg) -- As refinarias do Golfo dos EUA estão fazendo os preços do petróleo bruto colombiano subirem em meio às sanções aplicadas às importações da Venezuela, historicamente um dos maiores fornecedores de petróleo dos americanos.

O petróleo colombiano se valorizou devido às duras restrições contra a estatal Petróleos de Venezuela, a uma redução autoimposta da produção canadense e a cortes de produção acordados pela Opep e aliados.

Executivos da Ecopetrol, a petroleira estatal da Colômbia, estão monitorando atentamente a situação na Venezuela e o impacto das sanções. A empresa está se beneficiando, considerando que foi capaz de "abastecer os clientes com segurança" em meio à queda da produção venezuelana, disse o diretor financeiro Jaime Caballero, em conferência para divulgação de resultados, na quarta-feira.

"Estamos vendo também um grande fortalecimento dos diferenciais favoráveis no que diz respeito ao petróleo bruto que vendemos", disse. "Na comparação com os diferenciais de dois dígitos do quarto trimestre do ano passado, voltamos agora aos dígitos únicos."

O principal tipo de petróleo colombiano, o Castilla, concorrente direto do petróleo venezuelano pesado e azedo, era vendido com desconto de US$ 4 por barril em relação ao Brent, usado como referência global, para carregamentos embarcados em março. O valor contrasta com o desconto de US$ 9,80 para carregamentos embarcados em fevereiro, segundo pessoas a par da situação. Mais carregamentos foram vendidos para os EUA, fazendo os compradores asiáticos reclamarem dos preços elevados, disseram as pessoas.

Os compradores tradicionais do petróleo venezuelano estão encontrando alternativas. A Valero Energy comprou petróleo canadense para ajudar a fechar a lacuna, segundo uma pessoa a par do assunto. A PBF Energy, que costumava comprar petróleo venezuelano para sua refinaria Chalmette, na Louisiana, EUA, comprou o Talam mexicano. Até mesmo a Citgo Petroleum, a unidade de refino americana da PDVSA, teve uma pequena ajuda da PetroChina para ter acesso ao óleo colombiano Vasconia.

Apesar de a produção de petróleo na Venezuela ter atingido o menor patamar em 69 anos em 2018, a Colômbia está vendo o renascimento da atividade. A Colômbia produziu 898.965 barris por dia em janeiro, maior total desde maio de 2016, em meio à produção de novos campos de petróleo, segundo o Ministério de Energia do país.

Repórteres da matéria original: Lucia Kassai em São Paulo, lkassai@bloomberg.net;Ezra Fieser em República Dominicana, efieser@bloomberg.net