YouTube suspende comentários em vídeos com menores após críticas
(Bloomberg) -- O YouTube anunciou que está proibindo comentários em alguns vídeos com menores de idade em reação às críticas e à perda de anunciantes depois que o serviço foi usado por possíveis predadores para exploração de crianças.
A unidade do Google, um dos maiores serviços de vídeo do mundo, desativou os comentários em dezenas de milhões de vídeos "que poderiam estar sujeitos a comportamentos predatórios" e continuará identificando vídeos problemáticos semelhantes nos próximos meses, informou a empresa em postagem de blog sem assinatura, na quinta-feira.
"Vamos ampliar essa ação para suspender comentários em vídeos que mostrem menores de idade mais jovens e em vídeos que mostrem menores de idade mais velhos que corram o risco de atrair comportamento predatório", acrescentou o YouTube.
A desativação dos comentários do YouTube é um grande passo. Os criadores de vídeos usam a seção de comentários para se comunicar com os espectadores, encontrar novos e receber feedback. A seção é também, em grande parte, o que torna o YouTube uma plataforma social.
"Isso basicamente destrói a comunidade", disse Jacob Strickling, que elabora vídeos on-line sobre ciência e os publica no YouTube. Segundo ele, a decisão provocará um "impacto enorme" nas visualizações desses vídeos porque os fãs não poderão se comunicar uns com os outros por meio da seção de comentários. "Eles deixarão o YouTube e irão para plataformas como o Facebook, nas quais poderão dar continuidade aos comentários e brincadeiras."
O YouTube está usando uma técnica de inteligência artificial chamada aprendizado de máquina para construir o software que selecionará automaticamente quais vídeos terão comentários suspensos, disse uma porta-voz. Vídeos que incluem crianças de 13 anos ou menos terão a seção de comentários removida. Vídeos com jovens de 14 a 17 anos sobre assuntos com possibilidade de abuso, como ginástica, também terão os comentários desativados.
O YouTube usou o software de IA para classificar vídeos e identificar conteúdo específico, mas o sistema tem apresentado resultados contraditórios, incluindo recomendações de teorias de conspiração e outras informações questionáveis.
Vários grandes anunciantes, incluindo AT&T e Kellogg, cancelaram gastos no YouTube na semana passada depois que a seção de comentários do serviço foi usada para identificar videoclipes de garotas jovens que participavam de atividades como posar diante de um espelho e fazer ginástica. Os comentários publicados sob os vídeos sugeriam que possíveis predadores estavam marcando certos pontos do vídeo e compartilhando-os com outros. Se os usuários clicavam nos clipes, o software do YouTube recomendava outros vídeos semelhantes.
Episódios como este estão obrigando o YouTube a confiar menos na automação e mais no monitoramento e na curadoria por humanos. Na quinta-feira, o website informou que um pequeno número de criadores de conteúdo poderá manter os comentários ativados em vídeos com menores, mas somente se moderarem ativamente os comentários e "demonstrarem um baixo risco de comportamento predatório". Isso demanda tempo e é caro. O Google, que é a empresa controladora do YouTube, é uma unidade da Alphabet.
Repórteres da matéria original: Alistair Barr em San Francisco, abarr18@bloomberg.net;Mark Bergen em São Francisco, mbergen10@bloomberg.net
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