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Incorporadoras criam imóveis perfeitos para fotos no Instagram

Heidi Mitchell

14/03/2019 14h59

(Bloomberg) -- O designer Ryan Korben sempre foi devoto do Instagram. Ele mesmo um influenciador (com cerca de 137.000 seguidores), o graduado da New School, de 34 anos, conquistou seu sucesso projetando para marcas de alta-costura lojas que ficaram lotadas de gente tirando selfies desde a inauguração. Usando cores arrojadas e "momentos impactantes", como uma enorme cúpula folheada a ouro para a butique Aquazzura na Madison Avenue, ele atrai curiosos e interessados em design que entram na loja só para tirar fotos e postar em seus feeds. "Ninguém quer projetar uma loja que seja ignorada pelas pessoas", diz ele.

Então, quando a Broad Street Development lhe pediu para projetar os interiores do 40 Bleecker no bairro NoHo, em Manhattan, a mente de Korben voltou-se imediatamente para a forma como seus designs seriam exibidos nas redes sociais. Ele começou com um saguão cuja iluminação faz qualquer pessoa parecer 10 anos mais jovem e mobiliou-o com dois sofás de mármore e exuberantes paredes de camurça.

"Tudo se resume a uma simetria exagerada e ao desenho do mármore, tudo pensado para caber em uma moldura vertical e ficar lindo em um celular", diz ele.

Os agentes de vendas no saguão dão as boas-vindas a visitantes que só querem posar nessas placas de pedra. Não importa que o portador do pau de selfie não esteja pensando em comprar um apartamento no prédio de 12 andares, cujas unidades de um a cinco quartos custam a partir de US$ 2 milhões, nem que não seja financeiramente apto para isso.

"Estamos construindo uma marca, e ela merece ser vista pelo maior número possível de pessoas", diz Korben sobre suas criações fotogênicas.

O Instagram continua sendo a plataforma de rede social que mais cresce no planeta, com mais de 100 milhões de usuários ativos só nos EUA, mas as incorporadoras imobiliárias têm demorado a apostar nas redes sociais desde a etapa de projeto da construção. Muitos temem que ambientes ideais para fotos que permitam a entrada a qualquer um possam baratear seu produto caro, enquanto outros simplesmente não querem atrair pessoas de fora em busca de mera pornografia imobiliária.