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Apple quer prêmios de prestígio para serviço de vídeo: Fontes

Anousha Sakoui e Mark Gurman

15/03/2019 13h10

(Bloomberg) -- A Apple está de olho em prêmios de prestígio para uma futura leva de filmes e programas de TV originais, demonstrando que tem grandes ambições em Hollywood para um serviço de streaming de vídeo que vai competir com a Netflix, a Amazon e os estúdios tradicionais, segundo pessoas familiarizadas com os planos.

A gigante da tecnologia com sede em Cupertino, na Califórnia, está contratando estrategistas para ajudar a elaborar campanhas para as premiações do setor de entretenimento, inclusive para os prêmios mais importantes de Hollywood, como o Oscar e o Emmy, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque os planos são confidenciais. Um porta-voz da Apple preferiu não comentar.

A Apple está formando uma equipe de pessoas com experiência em estratégia de premiações. Em janeiro, a companhia contratou uma dessas pessoas do grupo de televisão da Walt Disney. A fabricante do iPhone também está buscando um candidato de alto nível para supervisionar o processo, disse uma das pessoas a par da situação. A empresa poderia concorrer aos prêmios Emmy já em 2020, segundo pessoas familiarizadas com o processo.

Desde que a Apple começou a incursionar pelo streaming de vídeo, em 2016, investidores, consumidores e especialistas do setor de entretenimento se perguntam o quanto a companhia leva a sério a produção de conteúdo próprio. Anúncios recentes envolvendo artistas e produtores de primeira linha, além da aposta nas campanhas de premiação de Hollywood, indicam um compromisso equiparável ao de nomes que revolucionaram o setor recentemente, como a Netflix.

Estrategistas de premiações organizam exibições e outros eventos de publicidade para pessoas influentes de Hollywood e outras que votam em quais filmes e programas de TV ganham prêmios. Esses promotores precisam seguir diretrizes rígidas em seu trabalho, para garantir que os eleitores assistam aos filmes e até mesmo passem algum tempo com os atores e cineastas. Vencer prêmios importantes pode estimular os consumidores a assinarem serviços de streaming. Também atrai diretores e atores mais famosos, que costumavam relegar as operações de vídeo on-line ao segundo plano, atrás dos estúdios de Hollywood.

A Netflix causou um rebuliço no ano passado quando contratou a estrategista Lisa Taback, que trabalhou em campanhas que levaram filmes como "Moonlight: Sob a Luz do Luar" e "O Discurso do Rei" a ganhar o prêmio de melhor filme. "Roma", da Netflix, levou para casa três Oscars neste ano e foi indicado ao prêmio de melhor filme.

A Apple está gastando bilhões de dólares em projetos com estrelas como Jennifer Aniston e Kevin Durant, e produtores como J.J. Abrams. Também está reunindo um conjunto de filmes dos estúdios A24 e Cartoon Saloon, ganhadores do Oscar.

A Apple revelará seu serviço de streaming de vídeo em 25 de março. A empresa está correndo para concluir acordos de conteúdo com os parceiros até esta sexta-feira, informou a Bloomberg News nesta semana. A Apple cobrará por parte do conteúdo, enquanto outra parte será gratuita para usuários de dispositivos Apple. A oferta faz parte de uma iniciativa maior, cujo objetivo é gerar mais receita com serviços on-line e diversificar além das vendas do iPhone.

Repórteres da matéria original: Anousha Sakoui em Los Angeles, asakoui@bloomberg.net;Mark Gurman em San Francisco, mgurman1@bloomberg.net