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HSBC incentiva funcionários a informarem condutas inapropriadas

Stefania Spezzati e Harry Wilson

15/03/2019 13h01

(Bloomberg) -- O novo chefe de mercados globais do HSBC Holding está estimulando uma cultura de comunicação, meses depois que seu antecessor saiu do banco em meio à acusação de má conduta apresentada por uma funcionária júnior.

"Nossos valores e conduta, a forma como nos tratamos e a forma como encorajamos e incorporamos uma cultura da comunicação em um ambiente de confiança devem estar à frente de tudo o que fazemos", disse Georges Elhedery, que assumiu a nova função neste mês, em comunicado enviado aos funcionários de sua divisão nesta sexta-feira e que foi visto pela Bloomberg. O HSBC não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário.

As denúncias de supostos casos de assédio se espalharam por todo o mundo corporativo, incluindo o setor de finanças, pressionando as empresas a melhorarem o tratamento de acusações de má conduta. O HSBC, que é o maior banco da Europa, seguiu o exemplo do UBS Group e do Credit Suisse Group e criou novos canais para que os funcionários denunciem esse tipo de problema.

O antecessor de Elhedery, Thibaut de Roux, deixou o banco em setembro passado depois que uma funcionária júnior o acusou de conduta inapropriada no bar de um hotel em Nova York, disseram pessoas com conhecimento do assunto. O executivo lotado em Londres teria se comportado inadequadamente com a funcionária, que o denunciou ao departamento de recursos humanos do banco, disse uma das pessoas na época. O banco anunciou em comunicado aos funcionários, em meados de setembro, que De Roux deixaria o setor bancário.

'Sistema humano mais saudável'

O HSBC também atualizou o website de conduta para funcionários de global banking and markets nesta semana com o objetivo de melhorar "a conduta e o comportamento" da unidade, segundo detalhes vistos pela Bloomberg. O banco busca criar "o sistema humano mais saudável nos mercados globais", disse Elhedery no comunicado.

No ano passado, o UBS anunciou que criaria uma linha telefônica confidencial para os funcionários denunciarem má conduta sexual após a acusação de que um funcionário de nível hierárquico superior havia estuprado uma estagiária em Londres. O Credit Suisse também implementou novos procedimentos disciplinares para lidar com incidentes de assédio sexual.

Os bancos internacionais também enfrentam uma análise mais detalhada de sua política de diversidade de gênero. O relatório anual do HSBC mostrou que apenas 20 por cento dos principais cargos de liderança do ramo de global banking and markets são ocupados por mulheres, a menor proporção entre todas as principais divisões do banco.

Repórteres da matéria original: Stefania Spezzati em Londres, sspezzati@bloomberg.net;Harry Wilson em Londres, hwilson57@bloomberg.net