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Negócio de US$ 35 bi gera onda de M&A no setor de pagamentos

Katherine Chiglinsky e Felice Maranz

18/03/2019 15h11

(Bloomberg) -- A Fidelity National Information Services fechou a aquisição da Worldpay por cerca de US$ 35,5 bilhões em dinheiro e ações, maior negócio já realizado no setor de pagamentos internacionais.

O setor atualmente protagoniza uma explosão de negócios em um momento em que os consumidores estão mudando a forma de pagar produtos e que provedores tradicionais são desafiados pelas concorrentes, tanto startups quanto a Apple Pay. A receita do setor deverá aumentar para US$ 2,4 trilhões até 2027, segundo relatório da Boston Consulting Group e da Swift.

A FIS, que tem sede em Jacksonville, na Flórida, e se concentra no software que está por trás dos pagamentos do varejo e dos bancos, assumirá a dívida da Worldpay, elevando o valor da empresa para cerca de US$ 43 bilhões.

Os acionistas da Worldpay receberão US$ 11 por ação em dinheiro e 0,9287 de cada ação da FIS, o que equivale a um total combinado de US$ 112,12 no fechamento da semana passada.

As empresas de pagamento ganham comissões ao cobrar para executar os bilhões de dólares em compras realizadas por consumidores e empresas, e muitas vêm optando por fechar negócios para conquistar participação de mercado. O aumento dos pagamentos sem contato (ou contactless) e a necessidade de atualizar a infraestrutura básica também estimularam fusões. Tanto a FIS quanto a Worldpay fornecem a infraestrutura tecnológica que permite que os consumidores utilizem seus cartões para comprar uma xícara de café ou para pagar com segurança um fornecedor externo em um website de comércio eletrônico.

As maiores firmas de pagamentos, como a Worldpay, a Chase Paymentech e a First Data, computam cerca de US$ 1 trilhão por ano. A rival holandesa de rápido crescimento Adyen está crescendo oferecendo-se para operar transferências em mais moedas e tipos de pagamento do que as concorrentes.

Quando concluído, o acordo de hoje tornará a empresa combinada a maior do setor de processamento e pagamentos, segundo dados compilados pela Bloomberg. Ela superará a Fiserv, que em janeiro fechou acordo para pagar US$ 22 bilhões pela compra da First Data.

As ofertas públicas iniciais também vêm aumentando. A italiana Nexi anunciou na segunda-feira que planeja um IPO em Milão até o fim de abril com o objetivo de levantar até 2,7 bilhões de euros (US$ 3,1 bilhões), segundo pessoas a par do plano. O da Adyen foi um dos IPOs de melhor desempenho em todo o mundo em 2018. A Network International fez o anúncio depois que a Network International, uma processadora de pagamentos do Oriente Médio, tornou público em 14 de março o plano de realizar um IPO em Londres nas próximas quatro semanas.

--Com a colaboração de Giles Turner e Keith Campbell.

Repórteres da matéria original: Katherine Chiglinsky em N York, kchiglinsky@bloomberg.net;Felice Maranz em N York, fmaranz@bloomberg.net