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Gestoras de ativos usam trading quantitativo `a contragosto'

Saijel Kishan e Jeff Kearns

19/03/2019 14h30

(Bloomberg) -- O setor de gestão de ativos está sendo obrigado "a contragosto" a se adaptar aos tradings quantitativos, disse Sandy Rattray, diretor de investimentos da Man Group.

Em discurso na conferência AI and Data Science in Trading, nesta terça-feira, em Nova York, Rattray comparou as gerentes de recursos com os taxistas que enfrentam a ameaça da Uber e dos veículos automatizados.

"Você pode protestar e fechar todas as ruas, como eles tanto fazem na Europa, ou você pode dizer 'o que diabos vou fazer a respeito dessa mudança', seguir adiante e incorporar essas novas tecnologias", disse Rattray, 49, cuja empresa usa técnicas quantitativas para cerca de dois terços de seus ativos.

Os melhores gerentes de recursos humanos estão descobrindo como evitar que se tornem redundantes e incorporando processamento de linguagem natural na forma de administrar seu dinheiro, disse o CIO. O Point72 Asset Management e o Coatue Management são alguns dos fundos de hedge que estão contratando cientistas e adotando estratégias quantitativas.

Aprendizado de máquina

A Rattray disse que as execuções de ordens de compra e venda estão entre os ramos de mais fácil aplicação do aprendizado de máquina. Munidos de enormes quantidades de dados, os traders podem encontrar padrões claros que lhes mostram os melhores bancos para executar suas ordens.

A Man negocia cerca de US$ 6 trilhões a US$ 7 trilhões por ano e usa aprendizado de máquina para executar quase todas essas apostas, disse. A empresa com ações negociadas em Londres administrava US$ 108,5 bilhões no fim do ano passado.

"Uma das coisas que vi é que alguns traders davam preferência aos bancos que haviam oferecido bons almoços para eles, e para mim essa é uma péssima forma de tomar uma decisão comercial", disse ele.

Alguns gerentes de ativos nutrem um sentimento de excepcionalismo, acreditando que os algoritmos podem desempenhar um papel significativo nos setores de saúde e de transporte, mas não no de gerenciamento de recursos, disse Rattray.

"Para mim isso é besteira", disse.

Repórteres da matéria original: Saijel Kishan em N York, skishan@bloomberg.net;Jeff Kearns em Washington, jkearns3@bloomberg.net