Rolls-Royce prevê venda recorde na China apesar de esfriamento
(Bloomberg) -- A fabricante de carros ultraluxuosos Rolls-Royce projeta uma venda recorde na China neste ano, confiante de que poderá lidar com a pior desaceleração do mercado automotivo mundial em uma geração.
A unidade da BMW registra uma forte demanda de clientes ricos, como empreendedores e celebridades, que não são afetados pela desaceleração da economia como a base de consumidores como um todo, disse o CEO da Rolls-Royce, Torsten Müller-Ötvös, em entrevista à Bloomberg TV, em Xangai, na quarta-feira. Além disso, ele acredita que o Cullinan, o novo SUV da empresa, ajudará a ampliar as vendas.
"Estamos de certa forma desconectados do que acontece no mercado de carros comuns", disse Müller-Ötvös. "Estou muito confiante de que teremos novamente um ano recorde no mercado chinês."
Os carros de luxo têm se destacado positivamente no mercado automotivo da China já que as vendas continuaram subindo apesar da queda na demanda de veículos em meio à desaceleração da economia e às tensões comerciais com os EUA. O volume de veículos de luxo aumentou 8 por cento no ano passado, para 2,82 milhões de unidades, porque mais motoristas optaram por modelos sofisticados ao trocar de carro, segundo a Associação de Carros de Passageiros da China.
A Rolls ampliou as vendas na China em 43 por cento no ano passado, superando outras marcas de luxo europeias. O volume da Porsche subiu 12 por cento e o da Ferrari, 13 por cento.
Ventos contrários
Embora não tenha sido necessariamente afetada pelas tendências do setor automotivo como um todo, a Rolls não está protegida de uma desaceleração econômica, disse Müller-Ötvös. Cerca de 80 por cento dos clientes da montadora são empreendedores e o que acontece na economia também afeta suas decisões de compra, disse.
Em um sinal dos ventos contrários enfrentados pelo mercado chinês, a Nissan Motor vai reduzir uma meta futura para a venda de carros no país em cerca de 8 por cento, disseram pessoas a par do assunto, sugerindo que a desaceleração pode ser prolongada.
Müller-Ötvös disse que a Rolls-Royce é "estritamente contra" o chamado Brexit duro, citando a preocupação com a possibilidade de que atrapalhe a cadeia de abastecimento da empresa. A empresa britânica tem uma fábrica no sul da Inglaterra.
A montadora vem se preparando treinando fornecedores para novos procedimentos de importação e também tomou providências para que algumas peças sejam transportadas de avião se os portos ficarem estrangulados por interrupções aduaneiras. Ele disse que podem ocorrer atrasos na entrega de veículos se o Reino Unido se divorciar da União Europeia sem um acordo estruturado.
"Estamos de certa forma preocupados", disse. "Minha maior preocupação é a nossa cadeia logística."
To contact Bloomberg News staff for this story: Emma O'Brien em Beijing, eobrien6@bloomberg.net;Ying Tian em Pequim, ytian@bloomberg.net
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