IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Tanure faz oferta por rede de postos portuguesa Prio: Fontes

Fabiola Moura e Henrique Almeida

09/04/2019 08h11

(Bloomberg) -- O investidor brasileiro Nelson Tanure fez uma oferta não vinculante pela Prio SGPS, uma empresa de capital fechado que administra 250 postos de gasolina e várias lojas de conveniência em Portugal, disseram pessoas com conhecimento do assunto.

Tanure, acionista e membro do conselho da companhia brasileira de petróleo e gás Petro Rio, que não tem qualquer relação com a Prio, está estudando as contas da rede portuguesa em um processo de due diligence antes de decidir sobre uma oferta final e vinculante, disse uma das pessoas próximas às discussões.

A Prio recebeu outras ofertas não vinculantes, algumas das quais avaliaram a empresa em mais de 200 milhões de euros (US$ 225 milhões), incluindo dívidas, disse outra pessoa próxima das negociações. Não está claro quanto foi a oferta de Tanure.

A Prio, com sede em Aveiro, no Norte de Portugal, é gerida pelo fundo de private equity Oxy Capital e controlado por várias instituições financeiras, através de um fundo de reestruturações.

As conversas entre a Oxy Capital e Tanure são preliminares e outra oferta pode acabar sendo a vencedora, disseram as pessoas, que não quiseram se identificar porque as discussões são privadas.

Representantes de Tanure não quiseram comentar. A Oxy Capital não retornou imediatamente um pedido de comentário feito na segunda-feira. "O fato de haver muitas partes interessadas na Prio é motivo de orgulho para a equipe que trabalha na empresa", disse o CEO da Prio, Pedro Morais Leitão.

Em Portugal, Tanure possui 7,1% da Pharol por meio da holding Blackhill Holding Limited. O principal ativo da Pharol, com sede em Lisboa, é uma participação de 5% na empresa brasileira de telecomunicações Oi, na qual Tanure também investiu, durante a turbulenta recuperação judicial que se tornou a maior da história do Brasil.

No auge da crise financeira de Portugal em 2013, a Oxy Capital tomou o controle da Prio da Martifer, uma empresa portuguesa de construção metálica. A Oxy Capital administra agora um fundo que pertence a algumas instituições financeiras. O acordo foi parte de um esforço dos bancos para limitar os empréstimos de liquidação duvidosa, buscando uma nova equipe de gestão para recuperar a empresa antes de tentar vendê-la alguns anos depois.

A receita da Prio subiu 22% para 1,08 bilhão de euros em 2018, quando comparada ao ano anterior. Isso é mais que o dobro de suas vendas em 2013, de acordo com Morais Leitão. O lucro líquido atingiu 18 milhões de euros, 12,5% a mais que em 2017, disse ele.

O Jornal Econômico, de Portugal, noticiou em 28 de setembro que a Oxy Capital havia recebido cinco propostas pela Prio, citando uma pessoa não identificada próxima ao processo. Segundo o jornal, a unidade portuguesa da BP Plc estava entre os proponentes.

Para contatar o editores responsável por esta notícia: Fernando Travaglini, ftravaglini@bloomberg.net;Leonardo Lara, llara1@bloomberg.net;Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Fabiola Moura em São Paulo, fdemoura@bloomberg.net;Henrique Almeida em Lisboa, halmeida5@bloomberg.net