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Mosaic suspende operações de duas minas de fosfato no Brasil

Gerson Freitas Jr. e Ashley Robinson

12/04/2019 08h31

(Bloomberg) -- A Mosaic suspenderá a produção de algumas minas de fosfato após o desastre da barragem da Vale no início deste ano.

A maior produtora de fosfato do mundo disse que as operações em Tapira, em Minas Gerais, e Catalão, em Goiás, serão suspensas, já que a empresa não pode atender às novas exigências brasileiras após o colapso de uma barragem da Vale em janeiro ter matado pelo menos 225 pessoas.

A Mosaic tem estoques suficientes para atender à demanda de curto prazo e, se necessário, pode enviar fosfato de suas operações na Flórida e pedras de sua mina peruana para uso na produção brasileira de fertilizantes, segundo comunicado.

O analista da Sanford C. Bernstein, Jonas Oxgaard, não espera que o fechamento das minas tenha um grande impacto na Mosaic.

"O impacto financeiro é provavelmente pequeno", disse Oxgaard em nota enviada por email. Isso também remove algumas incertezas em torno das minas de rejeitos e ajuda a melhorar as perspectivas de oferta e demanda para fosfato, segundo ele.

Unidade da Mosaic Fertilizantes pediu mais tempo à Agência Nacional de Mineração para submeter as chamadas declarações de condição de estabilidade para três de suas represas, uma vez que os consultores ainda estão completando estudos recomendados e análises geotécnicas, disse a empresa. O prazo para a apresentação das declarações foi 31 de março.

As barragens em Tapira e Catalão - que estão entre os ativos que Mosaic comprou da Vale - foram classificados como emergência nível 1, o menos crítico de um sistema de classificação de três categorias. Mosaic diz que elas não apresentam "riscos iminentes de ruptura".

"A pesquisa geotécnica, a análise com consultores externos e os planos de remediação continuarão até que as barragens atendam aos novos padrões", disse a empresa.

(Adiciona o comentário do analista a partir do quarto parágrafo.)

Repórteres da matéria original: Gerson Freitas Jr. em São Paulo, gfreitasjr@bloomberg.net;Ashley Robinson em Winnipeg, arobinson193@bloomberg.net