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Ex-aliado de Kirchner apoia candidato alternativo na Argentina

Jorgelina do Rosario, Patrick Gillespie e Jose Enrique Arrioja

29/04/2019 12h50

(Bloomberg) -- Um antigo aliado da ex-presidente da Argentina Cristina Fernández de Kirchner agora busca apoio para um candidato alternativo à presidência antes do prazo para o registro das candidaturas.

O senador Miguel Ángel Pichetto, de 68 anos, disse que seu objetivo é reunir os moderados no partido peronista para apoiar o ex-ministro Roberto Lavagna antes de 22 de junho, prazo para anunciar os candidatos às eleições de outubro. Embora as pesquisas indiquem 30% das intenções de voto para Cristina Kirchner, essa porcentagem é, ao mesmo tempo, "um piso e um teto", devido às suas táticas de polarização e fiel base de seguidores, disse.

"Não é suficiente para ganhar", disse Pichetto em entrevista à Bloomberg, na sede da empresa em Nova York.

Lavagna surge como alternativa tanto ao presidente Mauricio Macri quanto à ex-presidente Kirchner, embora pesquisas mostrem Lavagna atrás dos dois candidatos. Investidores entraram em pânico depois que uma pesquisa recente da consultoria Isonomía mostrou que Kirchner, criticada por suas políticas populistas, venceria o presidente em um possível segundo turno. Com esse cenário, os títulos do país se desvalorizaram e são negociados em território de estresse, dado que o mercado vê a possibilidade de um default acima de 60%.

Pichetto, um pilar da política argentina desde 1980, comentou a corrida eleitoral depois de reuniões com executivos de bancos como Barclays e Morgan Stanley. O senador disse que a economia será o fator mais importante para definir o resultado das eleições presidenciais.

"O governo Macri não conseguiu administrar a economia", disse Pichetto. "As medidas do governo não foram bem recebidas pelos mercados."

Pichetto também apoia uma intervenção temporária na economia para estabilizar a situação dos argentinos, que enfrentam uma inflação de 55% e as taxas de juros mais altas do mundo.

"Eu congelaria as tarifas de serviços públicos e ancoraria a taxa de câmbio por um período para transmitir certa segurança", disse Pichetto, que ocupou cargos de legislador provincial e líder do Partido Justicialista.

--Com a colaboração de Ignacio Olivera Doll.