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Fortescue vê queda acelerada de estoques de minério de ferro

James Thornhill

30/04/2019 13h37

(Bloomberg) -- Os estoques de minério de ferro nos portos da China, um indicador acompanhado de perto em meio à menor oferta global, podem cair para 100 milhões de toneladas, segundo a presidente da australiana Fortescue Metals Group, que prevê um aumento da produção do setor siderúrgico chinês de até 4% este ano.

"Nossa visão - baseada em conversas que tivemos recentemente com nossos clientes na China - é de que a produção de aço crescerá de 3% a 4% na China neste ano-calendário", disse Elizabeth Gaines a repórteres em Sydney, após uma conferência. A mineradora recebeu a informação sobre a faixa de aumento "no início de março e agora estamos no fim de abril, e temos visto esse desempenho realmente forte", disse.

Os preços do minério de ferro estão em alta este ano, dando impulso à Fortescue e a concorrentes como Rio Tinto e BHP, sob o impacto do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, que interrompeu operações de mineração, assim como de um ciclone e acidentes operacionais que reduziram oferta na Austrália. O rali também é puxado pela produção recorde de aço na China no primeiro trimestre. Neste contexto, operadores e investidores têm monitorado os estoques de minério de ferro nos portos da China continental, que despencaram nas últimas três semanas para 136 milhões de toneladas, o nível mais baixo desde outubro de 2017.

"Essa queda aconteceu muito rapidamente, então não é inconcebível que chegue a cerca de 100 milhões de toneladas", disse Gaines a repórteres. E acrescentou: "Ainda não vimos o impacto total das interrupções no Brasil porque a Vale tinha estoques na China, na Malásia e também no Brasil".

A China importou pouco mais de 1 bilhão de toneladas de minério de ferro por ano desde 2016, ou cerca de 83 milhões de toneladas por mês, com mineradoras brasileiras e australianas respondendo pela maior parte dos embarques. O estoque total de minério transportado nos portos da China continental atingiu o nível de 100 milhões de toneladas pela última vez em meados de 2016.

--Com a colaboração de Krystal Chia.

Para contatar o editora responsável por esta notícia: Marisa Castellani, mcastellani7@bloomberg.net