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Opep avalia impacto de menor oferta do Irã em reunião no domingo

Grant Smith

16/05/2019 14h41

(Bloomberg) -- Quando a Opep e seus aliados se reunirem na cidade saudita de Jidá neste fim de semana, a conversa será dominada por um membro do grupo que vai estar ausente: o Irã.

Com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reduzir as exportações de petróleo do país islâmico com sanções, as discussões entre outros produtores, como Arábia Saudita e Rússia, provavelmente se concentrarão em saber se precisam preencher a lacuna de oferta. O encontro ocorre em meio às tensões políticas no Oriente Médio, onde Riad diz que suas petroleiras e rede de oleodutos foram atacados esta semana.

"É uma questão crítica", disse Ed Morse, chefe de pesquisa de commodities do Citigroup, em Nova York. "Este é um mercado físico muito restrito, que enfrenta perdas significativas de oferta e vê sinais de potencial ruptura no Golfo Pérsico."

Os preços de petróleo, negociados perto de US$72 o barril em Londres, podem subir em meados do ano, já que os estoques globais estão pressionados pela ofensiva de Trump contra o Irã e tensões geopolíticas em países como Venezuela e Líbia. No entanto, como a abertura das torneiras prematuramente poderia provocar uma desaceleração dos preços, Riad e Moscou enfrentam um dilema sobre o próximo passo.

"Eles precisam manter a oferta sobre controle por enquanto", disse Derek Brower, diretor da consultoria RS Energy. "O mercado quer que a Opep reconheça que os saldos vão diminuir mais para o fim do ano, e também no ano que vem."

Os dois gigantes do petróleo lideram a aliança OPEC+, composta pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e outros produtores, que tem restringido a produção este ano para manter os mercados mundiais equilibrados. Um comitê, incluindo todos os principais membros, exceto o Irã, vai revisar as condições do mercado neste domingo antes da reunião do grupo completo no mês que vem.

A produção de petróleo do Irã caiu mais de 30% desde maio de 2018, segundo dados da Bloomberg, quando Trump abandonou um acordo sobre o programa nuclear do país e anunciou que as sanções financeiras seriam impostas novamente. A produção iraniana poderia cair ainda mais este mês, para o menor nível desde a guerra Irã-Iraque nos anos 80, segundo estimativas da Agência Internacional de Energia.