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Recuperação da economia vai além da reforma, diz Megale

Rachel Gamarski e Telma Marotto

17/05/2019 14h57

(Bloomberg) -- A recuperação da economia brasileira será dada com uma combinação de reformas estruturais - Previdência e tributária - associada a medidas para reduzir a complexidade do ambiente de negócios no país, como a burocracia e as mudanças das regras trabalhistas, disse o secretário do Desenvolvimento da Indústria do Ministério da Economia, Caio Megale.

"A gente percebe um compasso de espera para deslanchar a economia", afirmou o secretário, em entrevista à Bloomberg em Londres. "A confiança veio e vai se consolidar conforme vai ficando claro que o governo atua para que os mercados funcionem bem."

A fala do secretário do ministério de Paulo Guedes vem após a contração no IBC-BR no primeiro trimestre e cortes na previsão de crescimento por parte dos economistas ouvidos pelo Banco Central no boletim Focus. A mais recente previsão dos economistas é de um crescimento de 1,45% da economia em 2019.

Como secretário, Megale aposta em medidas que beneficiem de forma geral a economia, não em segmentos. "Olhando pra frente temos que buscar programas mais horizontais", disse. "Precisa atacar problemas estruturais de base e daí criar condições gerais da economia para todo mundo avançar."

Entre as apostas de Megale está o programa Brasil Mais Produtivo, que visa aumentar a produtividade de pequenas empresas, promovendo melhorias rápidas, de baixo custo e alto impacto. O programa atendeu 3.000 empresas até o momento e a meta do secretário é de que, até 2022, no final deste governo, 100.000 empresas sejam beneficiadas. Megale também pretende entrar em contato com bancos para facilitar o acesso ao crédito para empresas que participarem do programa.

"Essa retomada da economia é difícil precisar quando acontece. Mas você vai monitorando as condições: juros estão mais baixos, saiu incerteza política, política econômica está mais alinhada olhando para temas estruturais. Então as condições de contorno para a retomada da economia vão sendo dadas."