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Equinor diz que metas climáticas exigem mudanças sem precedentes

Mikael Holter

06/06/2019 13h58

(Bloomberg) -- Alcançar as metas climáticas do Acordo de Paris vai exigir uma transformação sem precedentes do setor global de energia. E a perspectiva de sucesso diminui a cada ano com o contínuo crescimento das emissões, disse a petroleira norueguesa Equinor na quinta-feira.

Apesar do crescimento recorde de projetos de energia renovável, graças aos menores custos, os países estão longe de um caminho compatível com a meta do Acordo de Paris, estabelecida em 2015, de manter o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius, disse a Equinor em seu relatório anual Perspectivas de Energia. Além de as emissões de gases de efeito estufa continuarem aumentando - atingiram nível recorde em 2018 -, a ordem mundial também é caracterizada por menor cooperação, extremamente necessária para fazer algo a respeito, segundo a empresa.

"À medida que o tempo passa, sem reduções nas emissões globais de CO2, o caminho para um futuro sustentável se torna cada vez mais desafiador", disse em comunicado o economista-chefe da Equinor, Eirik Waerness. "Para serem alcançadas, as mudanças nos sistemas globais de energia precisam ser sem precedentes e de longo alcance."

O relatório descreve três possíveis - e muito diferentes - cenários para o desenvolvimento de políticas e mercados de energia até 2050. Um deles, chamado "Renovação", é compatível com os objetivos do Acordo de Paris. Nesse cenário, cerca de metade da eletricidade será fornecida por energia solar e eólica até 2050, com uma frota global de carros 90% elétrica, comparada à parcela atual de 1%. Mas também exigiria amplos ganhos de eficiência energética e captura de carbono.

Outro cenário, chamado de "Reforma", é caracterizado por uma implementação mais gradual das políticas climáticas, e atualmente "pode ter uma probabilidade maior" do que os outros, segundo o relatório. O último cenário, "Rivalidade", é o mais sombrio, com desordem geopolítica e uma transição energética mais lenta.

A estatal disse que a análise Perspectivas de Energia representa uma "contribuição importante" para suas prioridades de negócios, mas não reflete sua visão ou estratégia. O relatório também destaca que novos recursos de petróleo e gás seriam necessários em um cenário compatível com as metas climáticas.