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737 Max da Boeing pode voltar a voar em dezembro, diz FAA

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Imagem: Divulgação

Richard Weiss

12/06/2019 12h32

(Bloomberg) -- Os voos com o jato 737 Max da Boeing, suspensos desde março após dois desastres aéreos em cinco meses, podem ser retomados até dezembro, disse uma autoridade da agência reguladora dos Estados Unidos.

Em entrevista na quarta-feira, durante conferência em Colônia, na Alemanha, Ali Bahrami, administrador de segurança da Administração Federal de Aviação (FAA), disse que não é possível precisar uma data, já que ainda estão sendo feitos ajustes de segurança para a aeronave.

Embora a FAA esteja "sob muita pressão", Bahrami disse que o Max voltará a voar "quando acreditarmos ser seguro", depois de revisões de design, testes de voo e outros tipos de checagem.

Bahrami relutou em revelar um cronograma, mas, perguntado se o 737 retomaria os voos este ano ou no próximo, disse que as declarações do presidente da Boeing, Dennis Muilenburg, que estima um retorno até o fim de 2019, pareciam corretas.

Saber quando a versão mais nova do 737 voará novamente deve ajudar companhias aéreas a lidar com a suspensão dos voos do jato de corpo estreito, o modelo campeão de vendas da Boeing.

A American Airlines vai manter a suspensão dos voos com o avião até 3 de setembro, enquanto a Southwest Airlines e a United Continental Holdings pretendem retomar os voos com o 737 Max no início de agosto.

A Boeing finaliza uma correção do software que causa falhas no sistema de controle de voos, relacionado aos acidentes envolvendo a Lion Air e Ethiopian Airlines, bem como a proposta de treinamento de novos pilotos. Os dois desastres, que ocorreram com menos de cinco meses de intervalo, mataram 346 pessoas.

A FAA não é a única agência reguladora com poder de decisão sobre quando o 737 Max voltará a voar. A Agência Europeia para a Segurança da Aviação também avalia as mudanças realizadas pela Boeing, um processo que não será concluído antes do fim de julho, disse Patrick Ky, diretor da agência, em outra entrevista. A agência pode exigir treinamento adicional em simuladores para pilotar o Max, bem como possíveis mudanças no projeto, disse.

A Boeing reduziu o ritmo de produção do modelo de 42 para dez aviões por mês. A empresa tinha planos de elevar a produção para 57 aviões por mês no segundo semestre.

O prejuízo da fabricante de aviões de Chicago com voos cancelados e perda de lucro operacional de companhias aéreas se o Max ficar de castigo até o fim de setembro é de US$ 1,4 bilhão, disse George Ferguson, analista da Bloomberg Intelligence.

(Com a colaboração de Benjamin D. Katz)

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