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Opep dá primeira pista de extensão de cortes de produção em 2020

Grant Smith

12/06/2019 13h41

(Bloomberg) -- A perspectiva mais sombria para os mercados de petróleo em 2020 parece ter sido percebida pela Opep. Embora o cartel não tenha definido o volume de petróleo a ser bombeado até o fim do ano, os ministros já olham para 2020.

O ministro de Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail Al Mazrouei, disse na terça-feira que os cortes da produção sendo realizados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros devem continuar "pelo menos até o fim do ano." As palavras "pelo menos" são a primeira pista de um ministro de que a mesma intervenção pode ser necessária em 2020.

Uma aliança de 24 países composta por membros da Opep e antigos rivais, formada no fim de 2016, implementou uma nova rodada de cortes de oferta este ano para evitar um superávit e defender os preços. O acordo atual deve expirar em junho.

Não surpreende que prolongar ou até mesmo intensificar as restrições em 2020 seja uma possibilidade, dada a acentuada deterioração das estimativas das condições de mercado.

Importantes consultores projetam outro excedente de petróleo no ano que vem: a IHS Market prevê um superávit de 800 mil barris por dia - o equivalente à produção atual da Venezuela, membro da Opep.

Se a Opep e seus aliados vão concordar em continuar com os cortes por mais um ano é uma incógnita. A Rússia, maior parceira do grupo, foi contra estender a redução da produção no passado, já que os produtores do país tentam iniciar novos projetos de petróleo.

Se continuarem, isso significaria que uma intervenção originalmente destinada a durar apenas seis meses se estenderia pelo quarto ano.

Mas, antes de os produtores contemplarem tais planos de longo prazo, precisam resolver uma questão mais imediata: fechar uma data para a reunião deste mês.

(Com a colaboração de Sandrine Rastello)