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Fed mostra abertura ao corte de juros em relatório semestral

Christopher Condon

05/07/2019 14h14

(Bloomberg) -- O Federal Reserve reiterou estar aberto para cortar as taxas de juros com o objetivo de dar continuidade à mais longa expansão econômica já registrada nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, o banco central dos EUA observou que o ritmo de crescimento havia diminuído no segundo trimestre de 2019.

"Os dados para o segundo trimestre sugerem uma moderação no crescimento do PIB - apesar de uma recuperação no consumo - com a reversão das contribuições das exportações líquidas e estoques e maior enfraquecimento do ímpeto do investimento empresarial", disse o Fed em seu Relatório de Política Monetária semestral ao Congresso divulgado na sexta-feira em Washington.

O relatório repetiu as palavras do comunicado do Comitê Federal de Mercado Aberto de junho, dizendo que as autoridades monitorariam de perto os próximos dados e agiriam de forma "apropriada para sustentar a expansão".

O relatório foi finalizado antes da divulgação dos dados do Departamento de Trabalho, que na sexta-feira revelou a geração de 224 mil empregos em junho, uma forte recuperação em relação aos decepcionantes números de maio.

O presidente do Fed, Jerome Powell, começa na quarta-feira a aguardada audiência de dois dias no Congresso, no mesmo dia em que o banco central dos EUA divulga a ata da última reunião de política monetária. Seus comentários e pistas sobre o posicionamento das autoridades do Fed nos dias 18 e 19 de junho devem continuar a moldar as expectativas dos investidores sobre os próximos passos do Fed na reunião entre 30 e 31 de julho.

O relatório de sexta-feira reconheceu que a inflação está abaixo da meta de 2% de longo prazo, mas também caracterizou os dados fracos no início do ano como "influências transitórias".

Incerteza comercial

O relatório também destacou um enfraquecimento significativo no crescimento do comércio global e do setor de manufatura desde 2017.

"Acontecimentos na política comercial parecem ter diminuído os fluxos de comércio em certa medida, enquanto a incerteza em torno da política comercial pode estar pesando sobre o investimento", disse o Fed.

O relatório disse que as novas tarifas devem ter reduzido as importações dos EUA em cerca de US$ 70 bilhões. Ao mesmo tempo, o relatório disse que as tarifas até agora provavelmente tiveram um impacto direto "material, mas modesto" nos fluxos de comércio global.