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Funcionários da Amazon planejam greve em dia de promoções

Josh Eidelson e Spencer Soper

08/07/2019 08h01

(Bloomberg) -- Os funcionários do depósito da Amazon.com no estado de Minnesota planejam fazer uma greve durante a promoção de vendas de verão da varejista on-line, um sinal de que a insatisfação da força de trabalho persiste mesmo depois de a empresa ter se comprometido no ano passado a pagar pelo menos US$ 15 por hora para todas as categorias.

Trabalhadores em um centro de atendimento em Shakopee, Minnesota, planejam uma paralisação de seis horas em 15 de julho, o primeiro dia do Prime Day. A Amazon iniciou a campanha há cinco anos, com grandes descontos em televisores, brinquedos e roupas para atrair e reter membros do Prime, que assinam o serviço em troca de frete grátis e outras vantagens.

"A Amazon vai contar uma história sobre si mesma, a de que enviar um Kindle para sua casa em um dia não é algo tão maravilhoso", disse William Stolz, um dos funcionários de Shakopee que organiza a greve. "Queremos aproveitar a oportunidade para falar sobre o que é preciso fazer para que esse trabalho aconteça e pressionar a Amazon para nos proteger e fornecer empregos seguros e confiáveis."

Uma porta-voz da Amazon não quis comentar sobre os planos de greve.

Na Europa, onde os sindicatos são mais fortes, funcionários da Amazon fazem greve frequentemente durante grandes promoções, como o Prime Day e a Black Friday. Até agora, os empregados da Amazon nos EUA nunca fizeram paralisações durante dias de promoções importantes. Cerca de 250 pilotos sindicalizados que transportam pacotes para a Amazon e DHL Worldwide Express fizeram uma curta greve nos dias anteriores ao feriado de Ação de Graças em 2016, antes de um juiz federal ordenar que voltassem ao trabalho, o que evitou interrupções de entregas durante a temporada de compras de fim de ano.

Como uma das empresas mais valiosas do planeta - liderada por Jeff Bezos, a pessoa mais rica do mundo -, a Amazon tornou-se símbolo da desigualdade de renda. Críticos dizem que a empresa se beneficia de incentivos fiscais para construir depósitos, mas paga tão pouco aos funcionários que alguns são forçados a buscar ajuda do governo para necessidades básicas, como alimentos e assistência médica. O compromisso de pagar US$ 15 por hora só ocorreu depois que a empresa ter contornado ataques de políticos como o presidenciável Bernie Sanders, que propôs um ato "Stop BEZOS" para impor um imposto sobre empresas como a Amazon que compensasse o custo de benefícios do governo, como o Medicaid, para seus funcionários.

Ultimamente, os depósitos da região das cidades gêmeas de Minnesota tornaram-se epicentro do ativismo dos empregados, liderado por imigrantes muçulmanos da África Oriental, que organizadores da greve dizem que compõem a maioria dos funcionários das cinco instalações. No ano passado, trabalhadores se concentraram na entrada de um centro de entregas cantando "Sim, podemos" em somali e inglês e apresentaram demandas como redução da carga horária e jejum para o Ramadã. Também distribuíram panfletos em um centro de distribuição nas proximidades pedindo aos colegas de trabalho que usassem camisas azuis e hijab em apoio à mesma causa.

Repórteres da matéria original: Josh Eidelson em Washington, jeidelson@bloomberg.net;Spencer Soper em Seattle, ssoper@bloomberg.net