Pesquisa do Fed mostra lucros abalados pela guerra comercial
(Bloomberg) -- Um novo levantamento do escritório regional do banco central americano em Nova York mostrou uma maior convicção entre as empresas de que as tarifas do presidente Donald Trump estão prejudicando seus resultados.
Aos olhos das autoridades, é o tipo de preocupação que pode abalar o crescimento econômico e justifica o corte na taxa básica de juros nos EUA no mês passado pela primeira vez desde 2008. O temor de que a escalada da guerra comercial desencadeie uma recessão assustou os mercados financeiros e aumentou apostas de que o Federal Reserve vai baixar novamente os juros na reunião de política monetária do mês que vem.
Questões suplementares colocadas nas edições de agosto das sondagens do escritório do Fed de Nova York junto a indústrias e líderes empresariais do Estado mostraram claro aumento no número de entrevistados que relataram que as tarifas elevaram seus custos com insumos, comparado às respostas de agosto de 2018. Na indústria, cerca de dois terços perceberam pressão de alta nos preços que pagam e cerca de 45% notaram efeito ascendente nos preços de venda. Os números foram ligeiramente menores no setor de serviços.
Avaliando o efeito geral em seus resultados, "51% dos entrevistados da indústria percebem efeito negativo em 2019 e 47% antecipam efeito negativo em 2020", afirmou o Fed. "Para as empresas de serviços, as parcelas ficam pouco abaixo de 40% para os dois anos."
O comandante do Fed, Jerome Powell, citou a incerteza da política comercial quando a instituição baixou os juros em 31 de julho. O chamado Livro Bege, que compila relatos coletados pelos 12 escritórios regionais do banco central, destacou repetidamente que a confiança empresarial vem sendo afetada pela incerteza quanto à política comercial, o que tem potencial para adiar investimentos.
As conclusões da pesquisa do Fed de Nova York são parecidas com as de um relatório divulgado na sexta-feira pela Deere, que tenta reduzir custos diante do tombo de 24% no lucro operacional da divisão de maquinário agrícola, atingida pela elevação dos custos de produção e diminuição do volume vendido. Não surpreende, considerando que os fazendeiros dos EUA se consideram grandes perdedores na guerra comercial.
O governo Trump começou a introduzir tarifas modestas no início de 2018 e a situação esquentou de forma consistente, com a incidência das tarifas ampliada para importações de vários países (alguns receberam isenções posteriormente), mas tendo a China como foco. A mais recente manobra de Trump foi impor tarifas sobre US$ 110 bilhões em novas importações da China a partir de 1º de setembro. Taxas sobre outros US$ 160 bilhões entrarão em vigor em 15 de dezembro.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.