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México descarta novas medidas para inibir migração irregular

Eric Martin

11/09/2019 10h52

(Bloomberg) -- O ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, disse que o país não precisa de novas medidas para reduzir o número de migrantes sem documentos com destino aos Estados Unidos. Segundo ele, a estratégia atual está dando certo.

Ebrard liderou uma delegação mexicana na terça-feira com reuniões na Casa Branca, que incluíram uma breve conversa com o presidente dos EUA, Donald Trump. Ebrard disse que explicou a importância dos passos dados pelo México desde junho, que incluem a mobilização da Guarda Nacional, e também expressou preocupação com as armas que chegam ao país com origem nos EUA.

Trump se mostrou "amigável, positivo e muito grato ao México", disse Ebrard a repórteres em Washington. Ele disse que a conversa com Trump durou menos de dez minutos e que o presidente americano estava acompanhado por membros do governo, como o vice-presidente Mike Pence e o assessor especial Jared Kushner.

Trump elogiou os avanços do México posteriormente na terça-feira.

Ebrard disse que as iniciativas do México reduziram a migração irregular da América Central em 70% e sua expectativa é que a tendência seja irreversível. Ebrard também disse que informou a Trump que o chamado acordo Terceiro País Seguro, segundo o qual refugiados pediriam asilo no México antes de solicitá-lo nos EUA, não tem apoio do Senado nem do presidente do México. O acordo tem sido defendido pelo secretário interino de Segurança Interna dos EUA, Kevin McAleenan.

Há muito tempo Trump reclama sobre a migração irregular e, no fim de maio, ameaçou impor uma tarifa de 5% sobre todas as importações do México, a menos que o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador tomasse medidas eficazes para interromper o fluxo de migrantes. A ameaça foi retirada depois que o México concordou com uma série de medidas para controlar a migração.

Um comunicado do escritório de Pence após a reunião de terça-feira informou que os dois países concordaram em implementar "o máximo possível" os Protocolos de Proteção a Migrantes, também conhecidos como "Permanecer no México". Desde que o programa começou em janeiro, mais de 42 mil imigrantes não mexicanos foram enviados ao México para esperar por semanas ou meses o trâmite de seus processos nos EUA, de acordo com a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA. Defensores dos direitos humanos dizem que isso os torna vulneráveis à violência que assola muitas das cidades no norte da fronteira com o México.

Para contatar a editora responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net