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Apple perde posições no ranking de principais marcas da China

Bruce Einhorn

19/09/2019 10h21

(Bloomberg) -- A guerra comercial está custando caro à Apple, segundo uma nova pesquisa sobre o comportamento de consumidores chineses.

A empresa caiu para a 24ª posição em um relatório anual sobre as principais marcas da China. Há um ano, a empresa americana era a 11ª no ranking. Em 2017, antes do início da guerra comercial, a Apple era a quinta colocada. Enquanto isso, a maior concorrente da Apple na China, a Huawei Technologies, subiu dois pontos e ficou em segundo, atrás apenas da processadora de pagamentos chinesa Alipay.

O sobe-desce no ranking é um sinal do crescente desafio que marcas dos Estados Unidos enfrentam no segundo ano da batalha tarifária do presidente Donald Trump contra o líder chinês Xi Jinping. As conclusões da pesquisa mostram que consumidores chineses estão mais reticentes em relação a algumas marcas americanas, especialmente depois que a diretora financeira da gigante de smartphones Huawei, Meng Wanzhou, foi presa no Canadá no ano passado, a pedido do governo dos EUA.

Trump colocou então os produtos da Huawei em uma lista negra, o que levou a um movimento de apoio à empresa com sede em Shenzhen, segundo Jay Milliken, sócio sênior em Hong Kong da Prophet, consultoria de São Francisco que conduziu o levantamento com 13.500 consumidores chineses.

A pesquisa da Prophet, que é realizada anualmente, pediu a opinião de consumidores chineses de grandes cidades sobre mais de 250 marcas em 27 categorias. Os entrevistados avaliaram as marcas que usavam ou que pensavam em usar, classificando sua relevância com base em qualidades como inovação, utilidade e confiabilidade.

'Compra nacionalista'

"Há muitas compras nacionalistas nessa categoria, porque os consumidores chineses interpretaram o que aconteceu com a Huawei como um ataque", disse Milliken.

O patriotismo também ajudou a ascensão de outras marcas chinesas. A fabricante de roupas esportivas Li Ning ficou entre as 40 melhores pela primeira vez, em 34º lugar, apenas dois pontos atrás da líder de mercado Nike.

Havia apenas duas empresas americanas entre as dez primeiras este ano - Android, em 3º lugar, e Intel, em 9º - em comparação com cinco na pesquisa de 2017.

Consumidores leais

Ao contrário da Apple, o sistema operacional Android do Google e a Intel não precisam se preocupar com o apoio dos consumidores a concorrentes chineses, disse Milliken, e isso explica por que conseguiram manter uma boa classificação.

"Algumas marcas ocidentais são tão integradas na vida dos consumidores chineses que estão quase predispostas a não perder relevância", disse. "Não existem alternativas chinesas, portanto, permanecem muito relevantes."

As tensões geopolíticas não são o único problema que a Apple enfrenta na China, seu maior mercado depois dos EUA.

Enquanto Pequim se esforça para tornar o país líder na implementação de redes 5G de alta velocidade, os celulares da Apple - até o novo iPhone 11 - não são compatíveis com esse padrão sem fio.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net