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Indicadores econômicos dos EUA desafiam teoria de recessão

Jeff Kearns e Steve Matthews

20/09/2019 14h33

(Bloomberg) -- A economia dos Estados Unidos tem superado todas as expectativas este ano, desafiando as previsões de recessão que ressurgiram no mês passado, alimentadas pela guerra comercial e pela retração das fábricas.

O Índice de Surpresa Econômica da Bloomberg subiu para o maior nível em 11 meses depois que quatro indicadores divulgados na quinta-feira, como vendas de imóveis usados e seguro-desemprego, vieram melhores do que o esperado. O indicador continuou a avançar e, na terça-feira, entrou em terreno positivo pela primeira vez este ano. Os dados também impulsionaram um índice semelhante do Citigroup para o nível mais alto desde abril de 2018.

O índice mostra "que as coisas estão melhorando", disse Jim Paulsen, estrategista-chefe de investimentos do Leuthold Group, em Minneapolis "Há uma mudança definitiva no perfil de crescimento e uma aceleração da expansão. É interessante como as atitudes dos investidores ainda são pessimistas; no entanto, quando você olha para índices de surpresa, pensa que as pessoas deveriam se sentir melhor com o crescimento. Há um descolamento."

As leituras sinalizam um cenário um pouco mais otimista sobre a maior economia do mundo, depois que alguns indicadores e mercados alimentaram temores no mês passado de um término mais rápido da expansão econômica recorde.

Na quarta-feira, autoridades monetárias do Federal Reserve destacaram a força da economia, enquanto faziam o segundo corte seguido da taxa de juros como proteção contra riscos à expansão. Os investidores também estão mais otimistas, e os índices de ações dos EUA voltaram a bater recordes este mês.

Paulsen também destacou dados positivos que surpreenderam em outras partes do mundo, incluindo Europa e Japão.

As chances de recessão nos próximos 12 meses são de 35% em relação aos 20% no final do ano passado, segundo uma pesquisa da Bloomberg com economistas no início do mês. As projeções ainda apontam crescimento do PIB de 2,2% este ano e de 1,7% em 2020.

"As pessoas ficaram muito pessimistas com as perspectivas econômicas dos EUA", disse Mark Vitner, economista sênior do Wells Fargo. Agora, diz Vitner, "a mensagem é que o crescimento é de fato mais lento, mas o risco de recessão é muito exagerado. Isso se o Fed continuar fazendo a coisa certa", ou seja, reduzindo os juros mais algumas vezes.

Para contatar a editora responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Jeff Kearns em Washington, jkearns3@bloomberg.net;Steve Matthews em Atlanta, smatthews@bloomberg.net