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Nintendo enfrenta 'inimigos' conhecidos com Switch na China

Vlad Savov e Zheping Huang

03/12/2019 16h44

(Bloomberg) -- A Nintendo e a Tencent preparam o lançamento em breve do console Switch na China. Mas, apesar de toda a fama das empresas, o poder de marketing e número de usuários, é improvável que o aparelho deslanche rápido no maior mercado de games do mundo.

Promovido pela Tencent em um post nas redes sociais na terça-feira, o lançamento iminente do Switch no país animou investidores da Nintendo com a perspectiva de a empresa ganhar participação em um novo mercado. No entanto, a aposta é limitada pela ascensão dos smartphones como plataforma dominante de jogos na China e pela relutância dos jogadores em comprar consoles por canais oficiais, devido à restrita gama de games aprovados por Pequim.

O Switch da Nintendo mantém sua popularidade global três anos após o lançamento, mas o crescimento deve diminuir nos próximos anos em um setor no qual os consoles são frequentemente atualizados a cada meia década. Entrar na China pode estender sua longevidade, mas o primeiro problema da Nintendo é que os consmidores na China que queriam ter e podiam comprar um Switch provavelmente já devem ter um agora.

"Muitos chineses compram o Switch no Japão e retornam ao seu país de origem", disse Hideki Yasuda, analista do Ace Research Institute, em Tóquio. "Os chineses conhecem o Mario, Zelda e Pokemon através da mídia e, quanto maior a renda, mais querem comprar Switch e software."

No estande lotado do Switch em agosto, durante a ChinaJoy - o maior feira de games do país -, os fãs esperaram até duas horas para jogar títulos famosos como The Legend of Zelda: Breath of the Wild. Muitos na fila trouxeram seu próprio Switch - comprado no exterior ou no mercado paralelo - e só queriam checar se as versões chinesas de seus jogos favoritos seriam diferentes devido à censura.

As preocupações com a possível influência da Tencent no conteúdo da Nintendo não são infundadas. Dois dos recentes sucessos da gigante chinesa da Internet eram versões patrióticas do SimCity e do PlayerUnknown's Battlegrounds. Também há limites rígidos de tempo de jogo para menores - todas iniciativas para apaziguar Pequim. A Nintendo, por sua vez, disse que seus jogos são pensados para a família e não devem ter problemas com reguladores.

"O governo chinês muda frequentemente os regulamentos", disse Tomoaki Kawasaki, analista da Iwai Cosmo Securities, alertando sobre a imprevisibilidade de um regime que no início deste ano concedeu à Tencent aprovação para distribuir o Super Mario Bros. U no país.

--Com a colaboração de ?????, Yuki Furukawa e Takashi Amano.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Vlad Savov Tokyo, vsavov5@bloomberg.net;Zheping Huang Hong Kong, zhuang245@bloomberg.net