Aéreas criticam 'Green Deal' da Europa para taxar combustíveis
(Bloomberg) — Grandes companhias aéreas atacaram os planos da União Europeia de impor um imposto sobre o querosene de aviação em toda a região como parte de uma nova estratégia ambiental. Segundo as empresas, o investimento em combustíveis sustentáveis e aviões elétricos seriam mais eficazes na redução das emissões de carbono.
Presidentes de quatro das cinco maiores aéreas da região manifestaram suas preocupações à Comissária dos Transportes da UE, Adina-Ioana Valean, na terça-feira em Bruxelas. O presidente da Ryanair, Michael O'Leary, liderou as críticas às medidas que serão reveladas no chamado pacote Green Deal esta semana.
Os impostos mais altos não farão nada pelo meio ambiente, ao mesmo tempo em que causam "danos econômicos incalculáveis", disse O'Leary, descrevendo a política como uma arrecadação de impostos do governo "sonhada aqui em Bruxelas ou pensada por ciclistas na Holanda". Ele deu as declarações como presidente do grupo de lobby Airlines for Europe (A4E) depois de um encontro com Valean, acompanhado pelos líderes da Deutsche Lufthansa, IAG e EasyJet.
A A4E afirmou em comunicado que um sistema baseado em incentivos, associado ao aumento do investimento em combustíveis sustentáveis, seria um caminho mais positivo, juntamente com uma aceleração do projeto Céu Único Europeu, que, segundo a associação, reduziria as emissões de carbono em 10%.
O'Leary disse que o plano - que reformaria sistemas complexos de controle de tráfego aéreo - deve ser implementado se a Europa levar a sério o assunto. Uma abordagem puramente baseada em impostos seria prejudicial não apenas para as companhias aéreas, mas também para as economias que dependem do turismo na região, disse.
Expansão
Embora atualmente o setor de aviação represente apenas cerca de 2% de todas as emissões de carbono emitidas pela atividade humana, o volume emitido mais do que dobrou desde 1990, com a crescente demanda da classe média global por voos.
O'Leary disse que o setor deve se unir em torno da questão do CO2. Em entrevista à TV Bloomberg, o executivo afirmou que passageiros que migram para a Ryanair e deixam "concorrentes piores" podem reduzir sua pegada de carbono em 50%. A empresa já havia entrado em conflito com a Lufthansa sobre o assunto. A companhia aérea alemã criticou os descontos da Ryanair, que incentivariam viagens desnecessárias. A empresa irlandesa rebateu dizendo que uma frota envelhecida torna sua rival uma das piores poluidoras da Europa.
Com a colaboração de Siddharth Vikram Philip
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