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Paládio e níquel devem manter ganhos com regras para emissões

Yvonne Yue Li

23/12/2019 09h13

(Bloomberg) -- O paládio e o níquel, os dois metais com melhor desempenho em 2019, devem continuar a brilhar em 2020, impulsionados por uma indústria automobilística que se transforma para enfrentar novos desafios na redução das emissões de carbono.

Leis ambientais mais rigorosas na Europa e na China podem aumentar o uso de paládio em autocatalisadores que reduzem as emissões em veículos movidos a gasolina. Enquanto isso, a esperada expansão dos veículos elétricos sustenta a demanda por níquel, um material fundamental em baterias recarregáveis e aço inoxidável.

A oferta de ambos os metais, geralmente produzidos nas mesmas minas, está apertada, impedindo que os preços caiam. Analistas projetam que as cotações do paládio, que ultrapassaram US$ 2.000 a onça no início da semana passada, possam subir para US$ 2.500 em 2020. Embora o níquel tenha caído recentemente, a cotação estava no maior nível em cinco anos. A previsão mediana de 10 bancos para 2020 é de um aumento de pelo menos 10%.

"2020 será o ano com o maior número de mudanças na legislação de emissões", segundo Ryan McKay, analista da TD Securities. Ambos os metais "são motivados por preocupações ambientais e pela pressão por automóveis mais limpos", disse.

Paládio

UBS, Citigroup e Morgan Stanley esperam que o mercado permaneça apertado em 2020. No Morgan Stanley, analistas projetam um déficit de 1,06 milhão de onças. A China deve implementar rígidos padrões de emissões a partir de janeiro, enquanto a Europa expandirá os padrões Euro 6d com novas taxas para proprietários de carros que não atendem aos padrões.

Níquel

O níquel oferece um quadro mais complexo.

Uma proibição prevista das exportações da Indonésia, o maior fornecedor mundial de minério de níquel, poderia elevar os preços a partir de 2020. O país busca desenvolver seu próprio minério para níquel acabado, em vez de enviá-lo para processamento na China.

Mas, como a China e outros consumidores já acumularam grandes volumes de minério em antecipação à proibição, o aumento de preço não é garantido e pode não durar muito caso ocorra. Mas, com o passar do ano, os estoques podem encolher e os preços subiriam para US$ 15.000 a tonelada no fim de 2020, em relação aos cerca de US$ 14.000 agora, de acordo com relatório de 11 de dezembro de analistas do Morgan Stanley, que incluem Susan Bates.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net