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Economista do Fed vê taxas perto de zero em recessão moderada

Craig Torres

09/01/2020 15h57

(Bloomberg) -- Um dos principais economistas do Federal Reserve Board disse que uma recessão nos Estados Unidos poderia levar os rendimentos de longo e curto prazo dos Treasuries a quase zero, limitando as ferramentas que o banco central tem em mãos para ajudar a economia.

Michael Kiley, vice-diretor da unidade de estabilidade financeira do Fed Board, disse que mesmo uma recessão moderada nos EUA "pode resultar em taxas de juros próximas a zero para vencimentos de longo prazo, aproximando a experiência dos EUA da observada na Europa e no Japão". A pesquisa foi publicada na quarta-feira no site do Fed Board.

A taxa overnight do Fed foi reduzida a quase zero em 2008 e permaneceu nesse nível até 2015, mas os juros de longo prazo ficaram bem acima desse patamar.

A conclusão da pesquisa levanta questões sobre a eficácia de uma flexibilização quantitativa de uma era de crise durante uma nova recessão, onde o Fed compra títulos de longo prazo do Tesouro dos EUA para reduzir os rendimentos e baixar os juros em todo o espectro. Isso ocorre porque os rendimentos de longo prazo já podem ser baixos ou caírem ainda mais; portanto, pode não haver muito benefício econômico ao realizar a compra de ativos para atingir esse objetivo.

O ex-presidente do Fed, Ben Bernanke, fez um alerta semelhante em um blog em 4 de janeiro.

Kiley destacou que as taxas dos EUA já são baixas e "declinam notavelmente" por vários anos após uma recessão. Ele ressaltou que a queda média dos rendimentos dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA durante as recessões de 1990 e 2001, que eram relativamente moderados, foi de 1,7 ponto percentual, com base no período seis meses antes do início da recessão e dois anos mais tarde.

Ele disse que a pesquisa sugere que taxas zero seriam atingidas por "vencimentos de um dia, sete ou dez anos".

"Esses cenários destacam a possibilidade de que uma recessão no Estados Unidos traga taxas de juros nominais a níveis sem precedentes, implicando potencialmente limites à capacidade da política monetária de apoiar uma recuperação", afirmou.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net