Boeing reorganiza equipe de pilotos após crise do Max
A Boeing decidiu reorganizar a equipe de pilotos com o objetivo de tornar a unidade mais coesa. A medida vem na esteira de uma estrutura desarticulada que contribuiu para falhas de comunicação no processo de desenvolvimento do 737 Max.
A decisão, que entra em vigor amanhã, afeta os aviadores da empresa que treinam pilotos de linhas aéreas comerciais, preparam jatos para entrega e desenvolvem materiais de treinamento e manuais para a tripulação. Em vez de serem divididos em duas equipes, agora eles se juntarão aos pilotos de elite para testes de voo da Boeing sob uma única unidade, a Boeing Test and Evaluation, de acordo com memorando interno visto pela Bloomberg News.
A mudança faz parte de uma transformação mais ampla do corpo de engenharia da Boeing anunciada em setembro passado, depois que um comitê especial do conselho analisou as divergências culturais que contribuíram para as falhas de design do Max. Um subsistema de controle de voo, que não foi divulgado às tripulações de companhias aéreas, foi um fator que contribuiu para dois acidentes que mataram 346 pessoas e provocaram a suspensão mundial dos voos.
A combinação dos pilotos em uma única unidade "fortalecerá a excelência das operações de voo em toda a empresa, inclusive aumentando o rigor e a transparência de nossas interações regulatórias", disse Ted Colbert, responsável pela Boeing Global Services, no memorando.
"Realinhamento da empresa"
Os pilotos afetados faziam parte da divisão de Colbert, que vende serviços, manutenção e peças de reposição para as companhias aéreas.
"Essa ação não se refere a nenhum conjunto de discussões ou eventos, mas faz parte de uma atividade maior de realinhamento da empresa", disse um porta-voz da Boeing por email. Dave Calhoun, novo diretor-presidente da Boeing, prometeu "simplificar" as operações da empresa em sua primeira mensagem aos funcionários nesta semana.
Ex-pilotos e engenheiros descreveram tensões no local de trabalho depois que a Boeing transferiu as equipes de pilotos que treinam clientes e preparam manuais de segurança para uma entidade separada, com fins lucrativos. Essa organização, agora parte da Boeing Global Services, tentava conquistar uma fatia maior do mercado para treinar pilotos em todo o mundo. A Boeing mudou os simuladores de voo da área de Seattle para um centro de treinamento em Miami em meio ao desenvolvimento do Max em 2013.
As mudanças deixaram projetistas de cabine e pilotos de teste do Max em Seattle sem informações suficientes de instrutores que viam regularmente como o típico piloto de avião respondia a situações incomuns, segundo reportagem da Bloomberg News em dezembro.
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