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Com queda de volume, ninguém quer ser trader de ações na Nigéria

Emele Onu e Ruth Olurounbi

28/01/2020 14h29

(Bloomberg) -- Os corretores de ações estão fora de moda na Nigéria.

Nenhuma empresa se registrou como corretora na bolsa de valores do país da África Ocidental em 2019, de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários da Nigéria. A situação se compara às 19 corretoras credenciadas em 2006, antes que o caos do setor bancário e a crise financeira global levassem à queda das ações domésticas, que haviam atingido máximas históricas.

É também a primeira vez que isso acontece em 19 anos.

"Muitos corretores estão achando muito difícil ganhar a vida", disse Temi Popoola, presidente da divisão nigeriana da Renaissance Capital, em entrevista por telefone de Lagos. "A receita obtida pelas corretoras tem uma forte correlação com o volume de negócios."

No ano passado, o volume de negociações com ações do índice de referência da Nigéria caiu para o nível mais baixo desde pelo menos 2009, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Os investidores também têm menos ações para escolher: o número de IPOs está no menor nível em 15 anos, já que a economia ainda tenta se recuperar de uma queda dos preços do petróleo.

A melhora deste começo de ano - que registrou um aumento dos volumes médios de negociação e uma recuperação do mercado de ações em linha com o rali global - terá vida curta, disse Wale Olusi, chefe de pesquisa da United Capital. Além disso, não basta impedir que os corretores fechem as portas, disse.

A Nigéria não está sozinha. Macquarie Group, Arqaam Capital, Deutsche Bank e Credit Suisse reduziram operações ou fecharam alguns negócios na África do Sul, onde a atividade de trading também é baixa. O número de listagens em Joanesburgo é o mais baixo em 16 anos, já que as duas maiores economias da África enfrentam obstáculos para impulsionar o crescimento.

--Com a colaboração de Adelaide Changole.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Emele Onu Lagos, eonu1@bloomberg.net;Ruth Olurounbi Abuja, rolurounbi4@bloomberg.net