Coronavírus elimina US$ 1,5 tri de mercados acionários globais
(Bloomberg) -- As perspectivas de Wall Street para 2020 ainda estavam frescas quando surgiu o primeiro caso em Wuhan. Mas o que começou como um único paciente com sintomas de pneumonia em 12 de dezembro se transformou em um vírus mortal que sacudiu os mercados globais.
Um cálculo rápido mostra que o coronavírus eliminou US$ 1,5 trilhão em valor dos mercados acionários em todo mundo desde 20 de janeiro, quando a queda das ações em Hong Kong começou a preocupar operadores. No entanto, com as bolsas chinesas e de Hong Kong fechadas devido ao feriado prolongado, o valor ainda é baixo.
"Observando o impacto da SARS em 2002-2003, os mercados acionários dos EUA caíram cerca de 10% antes de se recuperarem", disse Peter Kisler, gestor da North Asset Management, que realizou lucros em mercados emergentes e posições de alto rendimento. "Poderíamos facilmente ver uma mudança semelhante hoje, já que quase todos os ativos estão sendo negociados em níveis muito caros".
Ações
Como o vírus se originou dentro de suas fronteiras, as ações da China sofreram o impacto da propagação. Embora os mercados locais permaneçam fechados até 3 de fevereiro devido à extensão do feriado do Ano Novo Lunar, os futuros do índice FTSE China A50 acumulam queda superior a 10% desde 20 de janeiro. Os preços das ações em todo o mundo caíram, e a Ásia foi a região com pior desempenho, enquanto ações europeias saíram relativamente incólumes.
Títulos
Investidores correram para a segurança dos títulos do Tesouro dos EUA. A queda do rendimento do título de 10 anos supera mais de 30 pontos-base no acumulado do ano. O rendimento de referência global reverteu a tendência de alta vista desde setembro, com um número crescente de estrategistas mirando 1,5%. O valor de mercado de dívidas com rendimento negativo deu um salto de US$ 860 bilhões na segunda-feira, o maior volume intradiário desde que a Bloomberg começou a rastrear os dados regularmente há três anos.
Commodities
Traders estão vendendo petróleo e metais industriais diante do receio de que o vírus atinja a demanda mundial. O petróleo WTI acumula queda de cerca de 9% desde 20 de janeiro e agora está a caminho da maior baixa mensal desde maio. Cobre e minério de ferro também foram afetados com preocupações de que a atividade industrial e o setor de construção não retomem as operações após o feriado chinês. Mas o ouro confirma a reputação de porto seguro em tempos difíceis, sendo negociado perto do maior nível em mais de seis anos.
Moedas
A calma histórica nos mercados cambiais foi revertida à medida que o surto ganhava força, com o yuan offshore caindo para o nível mais baixo deste ano. Isso empurrou o dólar-yuan acima das médias móveis de 50 e 200 dias, com os operadores observando de perto se a taxa se aproxima de 7, um importante nível psicológico. O iene japonês, um oásis tradicional durante turbulências do mercado, subiu para a cotação mais alta em quase três semanas.
--Com a colaboração de Sid Verma e Anchalee Worrachate.
Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
Repórteres da matéria original: Cormac Mullen Tokyo, cmullen9@bloomberg.net;Yakob Peterseil London, ypeterseil@bloomberg.net
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