Fed alerta que vírus traz 'novo risco' para crescimento global
(Bloomberg) -- O Federal Reserve Board disse que o surto do coronavírus apresenta um "novo risco" para o cenário econômico dos Estados Unidos e alerta para turbulências nos mercados globais.
"Devido ao tamanho da economia chinesa, um problema significativo na China pode transbordar para os mercados norte-americano e global por meio de uma redução do apetite por risco, valorização do dólar e declínio dos preços do comércio e das commodities", escreveu o banco central dos EUA no relatório semianual ao Congresso, divulgado na sexta-feira em Washington. "Os efeitos do coronavírus na China apresentaram um novo risco para o cenário."
O coronavírus já causou mais de 600 mortes desde que o surto surgiu na China. Alguns economistas começaram a reduzir as estimativas de crescimento para os EUA no primeiro trimestre, já que a economia da China deve desacelerar devido ao surto.
Powell comenta a economia e a política monetária perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara em 11 de fevereiro e para o painel bancário do Senado no dia seguinte. O Relatório de Política Monetária divulgado na sexta-feira tem como objetivo atualizar o Congresso sobre as perspectivas do Fed e a percepção dos riscos para o crescimento dos EUA e do mundo.
Pontos de estresse
Uma seção especial sobre estabilidade financeira foi mais descritiva do que o relatório anterior sobre possíveis pontos de estresse em algumas áreas. O Fed disse que as baixas taxas de juros elevaram os valuations dos ativos. O banco central dos EUA também apontou riscos nos mercados de dívida corporativa.
"A concentração da dívida com grau de investimento na extremidade inferior do espectro de grau de investimento cria o risco de que acontecimentos adversos, como uma deterioração da atividade econômica, possam levar a um volume considerável de rebaixamentos de títulos de dívida para classificações especulativas", disse o Fed. "Tais condições podem levar investidores a venderem rapidamente títulos rebaixados, aumentando a iliquidez do mercado e causando pressões de baixa excessivas sobre os preços."
O Fed também mencionou que a volatilidade nos mercados de operações compromissadas em setembro destacou a possibilidade de que a instabilidade nesse segmento "se espalhe para outros mercados".
O Fed manteve a taxa básica inalterada na reunião do mês passado, depois de cortar os juros três vezes em 2019. A maioria das previsões divulgadas em dezembro aponta manutenção dos juros até 2020, mantendo o Fed à margem durante um ano eleitoral presidencial nos EUA.
Desaceleração das fábricas
O relatório também dedicou uma seção que detalha a desaceleração das fábricas nos EUA em 2019. O Fed atribuiu o declínio a uma série de questões, incluindo tensões no comércio internacional, fraco crescimento global, investimentos corporativos mais fracos, menores preços do petróleo, que afetam as petrolíferas, e a desaceleração da produção do 737 Max da Boeing.
Embora a retração da atividade de manufatura em 2019 tenha respondido por uma queda de 0,15% no PIB, economistas do Fed estimam que esse número sobe para 0,5% ao adicionar o impacto sobre insumos comprados e atividades como transporte e marketing.
Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
Repórteres da matéria original: Christopher Condon Washington, ccondon4@bloomberg.net;Craig Torres em Washington, ctorres3@bloomberg.net
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