Inteligência artificial poderia combater coronavírus do futuro
Surtos de doenças como o coronavírus geralmente se desenvolvem rápido demais antes que cientistas consigam encontrar uma cura. Mas, no futuro, a inteligência artificial pode ajudar pesquisadores.
Embora provavelmente seja muito tarde para a nova tecnologia desempenhar um papel importante na atual epidemia, há esperança para os próximos surtos. A inteligência artificial é eficiente para pesquisar grandes volumes de dados e encontrar conexões que facilitam determinar que tipos de tratamentos poderiam funcionar ou quais experimentos devem ser seguidos
A questão é o que o Big Data encontrará quando recebe poucas informações sobre uma nova doença como a causada pelo vírus Covid-19, que surgiu no fim do ano passado na China e contaminou mais de 75 mil pessoas em cerca de dois meses.
O fato de pesquisadores terem conseguido produzir o sequenciamento genético do novo vírus poucas semanas após os primeiros casos relatados é promissor, pois mostra que agora há dados muito mais imediatos disponíveis quando surtos ocorrem.
Andrew Hopkins, diretor-presidente da startup Exscientia, com sede em Oxford, Inglaterra, está entre os que trabalham para ajudar a treinar inteligência artificial para a descoberta de medicamentos. Ele acredita que novos tratamentos podem ir da concepção ao teste clínico entre 18 meses a 24 meses na próxima década, graças à inteligência artificial.
A Exscientia desenvolveu um novo composto para o tratamento de transtorno obsessivo-compulsivo que está pronto para ser testado em laboratório depois de menos de um ano na fase inicial da pesquisa. O tempo é cerca de cinco vezes mais rápido do que a média, de acordo com a empresa.
A Healx, com sede em Cambridge, tem uma abordagem semelhante, mas usa o aprendizado de máquina para encontrar novos usos para medicamentos existentes. Ambas as empresas alimentam seus algoritmos com informações - obtidas de fontes como revistas científicas, bancos de dados biomédicos e ensaios clínicos - para ajudar a sugerir novos tratamentos para doenças.
Supervisão humana
As duas empresas possuem uma equipe de pesquisadores humanos para trabalhar com a inteligência artificial, que ajuda a guiar o processo. Na abordagem da Exscientia, chamada de Centaur Chemist, os desenvolvedores de medicamentos ajudam a ensinar estratégias de algoritmos para a busca de compostos. A Healx disponibiliza as previsões de IA para pesquisadores, que analisam os resultados e decidem o que buscar.
Neil Thompson, diretor científico da Healx, disse que a técnica pode ser aplicada contra um surto como o de coronavírus, desde que tenha dados suficientes sobre a nova doença. A Healx não tem um projeto para combater o coronavírus ou ajustar sua tecnologia para surtos, mas não seria algo impossível.
"Estamos muito perto", disse Thompson em entrevista. "Não precisaríamos mudar muito os algoritmos de IA que usamos. Tentamos combinar as propriedades do medicamento com as características da doença."
—Com a colaboração de James Paton.
Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
Repórteres da matéria original: Amy Thomson London, athomson6@bloomberg.net;Suzi Ring London, sring5@bloomberg.net
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.