Fornecedores de alimentos chineses retomam operações
(Bloomberg) -- Fábricas chinesas de óleos comestíveis e ração retomaram a produção nos níveis pré-vírus, um dos primeiros sinais das medidas do governo para que a economia volte à normalidade.
Garantir o fornecimento de alimentos é uma das prioridades da China, e a maioria das esmagadoras de soja normalizou as operações, segundo operadores e analistas com conhecimento do assunto.
A recuperação do setor de oleaginosas pode aumentar o otimismo de que a vida na China está a caminho da normalidade. Medidas para conter o vírus praticamente paralisaram a segunda maior economia do mundo e provocaram caos nas cadeias globais de fornecimento. Várias fábricas que fornecem arroz, macarrão e farinha também retomaram a produção.
Os governos locais e central afrouxam critérios para que as fábricas retomem as operações, atendendo aos apelos do presidente chinês Xi Jinping e autoridades, que pedem que as empresas produzam para que o país possa alcançar as elevadas metas de crescimento e desenvolvimento econômico em 2020.
De volta ao normal
Em geral, esmagadoras de soja na China normalizaram as taxas de processamento, disseram traders e analistas com conhecimento do assunto. O volume de esmagamento total do país ficou entre 1,6 milhão e 1,8 milhão de toneladas nesta semana, disseram pessoas consultadas pela Bloomberg, que não quiseram ser identificadas porque as informações são privadas.
O resultado se compara com a estimativa oficial de mais de 1,8 milhão de toneladas e um nível semanal de 1,6 milhão de toneladas no mesmo período do ano passado. Processadores registravam cerca da metade da produção normal na primeira semana após o Ano Novo Lunar, quando autoridades estenderam o feriado e pediram que as pessoas ficassem em casa na tentativa de conter o vírus.
Gigantes estatais e titãs globais de alimentos responderam ao pedido de Xi. Sinograin e Cofco retomaram a produção total de suas processadoras logo após o feriado do Ano Novo Lunar. Há duas semanas, a Wilmar International reiniciou as operações em uma de suas fábricas em Wuhan, capital da província de Hubei, o epicentro do coronavírus.
Uma esmagadora de soja controlada pela Louis Dreyfus, na cidade chinesa de Tianjin, está entre as primeiras empresas a retomar operações na região, segundo a agência oficial de notícias Xinhua. Liu Jun, presidente da Cargill na China, disse à imprensa local que cerca de 40 fábricas das 50 empresas do grupo no país retomaram a produção.
À espera dos EUA
O mercado aguarda sinais de que o acordo comercial EUA-China será respeitado, com expectativas de que a soja norte-americana responda por grande parte do acordo. Pequim prometeu comprar US$ 32 bilhões adicionais em produtos agrícolas nos próximos dois anos e fará esforços para comprar outros US$ 10 bilhões.
Na semana passada, a China lançou as bases para impulsionar as compras de commodities dos EUA com uma lista de quase 700 produtos elegíveis para isenções de tarifas retaliatórias. O país planejava fazer algumas compras de produtos agrícolas dos EUA no início de março como forma de demonstrar que ainda está comprometido com o acordo comercial de primeira fase, segundo pessoas a par do assunto.
No entanto, empresas chinesas não começaram a comprar grandes quantidades de soja nos EUA porque os preços não são competitivos, informou o Centro Nacional de Informações sobre Grãos e Óleos da China na quinta-feira. O Conselho de Exportação de Soja dos EUA espera que o país asiático comece a comprar mais grãos norte-americanos quando os preços começarem a subir no Brasil.
--Com a colaboração de Shuping Niu.
To contact Bloomberg News staff for this story: Alfred Cang Singapore, acang@bloomberg.net;Isis Almeida em Chicago, ialmeida3@bloomberg.net
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